De Nada

Minhas promessas não valem nada.

Todo dia eu levanto da cama, me olho no espelho, depois observo a rua pela fresta da janela. Digo que vou parar de fumar, de beber, de me apaixonar.

Aponto pra uma moça que está por passar na rua e ponho a vida dela em nome de minha palavra. Todo dia eu mato uma mulher.

Pena que você, nem do meu coração eu consigo tirar. Você vive dentro de mim. E minha vida se vai, a cada cigarro que acendo e a cada vez que penso no timbre lindo da tua voz.

Amor é uma rua longa do centro onde te conheci e que dá pra ver do meu quarto, todos os dias, quando acordo. Você passa por lá pra ir pro trabalho.

Eu disse que não ia me apaixonar outra vez.

Eu disse que não ia me encantar por palavras bonitas de novo.

E hoje de manhã, eu estou aqui, olhando a rua pela fresta da janela e procurando o que eu sei que não vou encontrar. Eu já encontrei você. Eu me apaixonei de novo.

E os momentos que eu estou com você, eu não me lembro bem, minhas pernas tremem e meu coração bate mais forte.

Eu só tenho que te dizer ‘muito obrigado’ e espero que você me diga ‘de nada’.

Afinal, minhas palavras não valem de nada.

De nada. Nada. De.

Lucas Mezz
Enviado por Lucas Mezz em 21/09/2011
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