21 DE SETEMBRO - DIA DO RÁDIO
Destaco a folhinha esta manhã e vejo que hoje é o dia do Rádio. A efeméride é, mais do que tudo, uma homenagem justa ao meio de comunicação de massa ainda mais popular. É provável que em toda a mídia o rádio ainda seja o campeão de audiência. A praticidade de um recptor de rádio (presente agora até nos telefones celulares) além do seu preço irrisório e sua manutenção quase de graça, faz do rádio o mais autêntio dos aparelhos de informação e entretenimento. Comparativamente, o rádio supera todos os outros instrumentos de comunicação a distância inventados depois dele. Um radinho de pilha, em qualquer lugar do mundo pode captar várias emissoras, sem os obstáculos enfrentados por outros equipamentos, como a carência de sinal de recepção, antenas externas etc.
Meu fascínio por rádio vem desde menino, um hábito herdado de meu pai, que era um ouvinte contumaz. Com ele aprendi a ouvir os melhores comunicadores da década de 80. No noticiário, a audiência imbatível em todo o Estado era do Peixoto de Alencar, cujo slongan muita gente ainda recorda: “Peixoto de Alencar quando fala, o Ceará escuta”. Outro grande noticiarista, Cid Carvalho, ainda atua na radiofonia de Fortaleza. Pelo sucesso que fazia, parece que o Ceará inteiro combinava para ouvir de manhã o programa “Guajará no Varandão”, do Guajará Cialdini, a meu ver o maior apresentador de forró do rádio cearense em todos os tempos. A mesma dose de audiência repetia-se com os programas vespertinos de José Lisboa e Aurélio Brasil, verdadeiros ídolos do povão.
E antes que a região do Sertão Central cearense ficasse pulverizada de emissoras, principalmente através da Rede Uirapuru de Rádio, do ousado José Pessoa de Araújo, o que se escutava mesmo por aqui, além das emissoras da Capital, eram as rádios Difusora Cristal de Quixeramobim e a Rádio Tupinambá de Sobral. Lembro da expectativa com que o ouvinte esperava o programa “Seu Presente é Música”, nas tardes da Rádio Tupinambá. Os locutores dessa época eram verdadeiras estrelas. A vinda de um profissional desses de Fortaleza para uma cidade interiorana representava o que hoje significa a visita de um artista de TV. Eram todos locutores de excelente voz e comunicação atraente, fazendo cada um a seu modo o seu estilo de apresentar.
As emissoras de rádio estão presentes agora em quase todas as cidades do Estado. E há cidades com mais de uma rádio, a exemplo de Canindé onde operam duas emissoras AM e três FM. O número de emissoras cresceu bastante, mas admite-se que a qualidade do rádio que é feito caiu sensivelmente. O despreparo ou meramente a falta de vocação estão levando para emissoras interioranas uma safra de maus profissionais. O ouvinte sensível é comparável ao leitor sensível: ambos percebem a falta de traquejo de quem está comunicando por um meio ou pelo outro. Com preferência para o rádio AM, sou um consumidor voraz da programação diária de emissoras tradicionais no Brasil, o que me é permitido por um antigo receptor de ondas curtas e, mais recentemente, pela internet, com quem o rádio em boa hora fez proveitosa aliança. Do notíciário ao entretenimento, o rádio é um ingrediente no meu e no nosso dia a dia. Meu leitor amante do rádio há-de concordar comigo que aquela música que tanto nos delicia, quando tocada no rádio, tem um magnetismo muito maior. Viva o dia do Rádio!