Crônica maluquinha de tudo
de Edson Gonçalves Ferreira
para todos os poetas e poetisas e
leitores de O Recanto das Letras
Sentado, na sacada do meu apê, vendo a tarde cair, levei um susto danado. Alguém agarrava minhas pernas e ria sem parar. Uma risada de criança saída ressoou e, depois, ouvi uma vozinha a dizer: _ Sou, poetinha, estava cansado de ficar no céu e desci para alegrar a sua vida. Olhei e vi o Menino Jesus brincando com meus chinelos como se fossem aviões.
Enquanto eu passava as mãos nos cabelos Dele, escutei um roçar de asas e, de repente, a Fada Sinhinho chegou acompanhada de Peter Pan, entrando pela janela da sacada, atrevidamente e Peter Pan disse: _ Viemos tomar chá com biscoito de pau-a-pique. Na horinha, a Lebre Maluca passou correndo a resmungar: _ Está na hora, está hora...
Já meio tonto, porque eu não esperava visita e, principalmente, visita tão estranha, perguntei: _ Na hora de quê? E foi uma voz brava que escutei: _ Na hora de servir o chá, pois se demorar, vamos cortar a sua cabeça. Era a Rainha de Copas e, então, alguém respondeu: _ Isso não é razoável. Era a doce voz do Pequeno Príncipe que já tinha chegado.
Nesta altura, como dizem os portugueses, a minha casa era um frege só. Na sala, vi a Emília correndo atrás do Marquês de Rabicó e o Visconde de Sabugosa olhando. Sentados no sofá, Dom Quixote conversava com Sancho Pancha: _ O poeta não tem nenhuma Dorotéia! Irritado, respondi: _ Não tenho, mas moinhos não são dragões e sua Dorotéia não é nobre, meu senhor!
Dom Quixote me olhou de soslaio e respondeu: _ Tem gente que olha e não vê. Fique pê da vida, pois eu vejo até demais e a confusão já estava tamanha que, irritado, não agüentei e expulsei todos lá de casa, gritando: _ Fora, fora, quero ver a novela das seis. E cai na gargalhada com a revoada dessa gentinha maluca.
Divinópolis, 21.09.2011
Caricatura do poeta Edson Gonçalves
Ferreira feita por Ziraldo
de Edson Gonçalves Ferreira
para todos os poetas e poetisas e
leitores de O Recanto das Letras
Sentado, na sacada do meu apê, vendo a tarde cair, levei um susto danado. Alguém agarrava minhas pernas e ria sem parar. Uma risada de criança saída ressoou e, depois, ouvi uma vozinha a dizer: _ Sou, poetinha, estava cansado de ficar no céu e desci para alegrar a sua vida. Olhei e vi o Menino Jesus brincando com meus chinelos como se fossem aviões.
Enquanto eu passava as mãos nos cabelos Dele, escutei um roçar de asas e, de repente, a Fada Sinhinho chegou acompanhada de Peter Pan, entrando pela janela da sacada, atrevidamente e Peter Pan disse: _ Viemos tomar chá com biscoito de pau-a-pique. Na horinha, a Lebre Maluca passou correndo a resmungar: _ Está na hora, está hora...
Já meio tonto, porque eu não esperava visita e, principalmente, visita tão estranha, perguntei: _ Na hora de quê? E foi uma voz brava que escutei: _ Na hora de servir o chá, pois se demorar, vamos cortar a sua cabeça. Era a Rainha de Copas e, então, alguém respondeu: _ Isso não é razoável. Era a doce voz do Pequeno Príncipe que já tinha chegado.
Nesta altura, como dizem os portugueses, a minha casa era um frege só. Na sala, vi a Emília correndo atrás do Marquês de Rabicó e o Visconde de Sabugosa olhando. Sentados no sofá, Dom Quixote conversava com Sancho Pancha: _ O poeta não tem nenhuma Dorotéia! Irritado, respondi: _ Não tenho, mas moinhos não são dragões e sua Dorotéia não é nobre, meu senhor!
Dom Quixote me olhou de soslaio e respondeu: _ Tem gente que olha e não vê. Fique pê da vida, pois eu vejo até demais e a confusão já estava tamanha que, irritado, não agüentei e expulsei todos lá de casa, gritando: _ Fora, fora, quero ver a novela das seis. E cai na gargalhada com a revoada dessa gentinha maluca.
Divinópolis, 21.09.2011
Caricatura do poeta Edson Gonçalves
Ferreira feita por Ziraldo