CINEMA - O CINEMASCOPE
O cinemascope traria nova visão à nossa conduta de ver os filmes. De repente, com eles, sumiram parte do encanto que os filmes preto & branco nos induzira. A novidade viria aparecer num épico religioso, “Os Dez Mandamentos” ou em “O Manto Sagrado”, salvo engano. Nela, uma nova magia. A tela abria-se toda trazendo a inscrição garrafal: CINEMASCOPE IN TECHNICOLOR, criando-se, com ela, a expectativa de ver algo novo onde a fantasia podia ser expressa em sua plenitude, destarte os seus meios visualizados em toda sua extensão e beleza que os sentidos requerem.
Embora os filmes p&b ainda nos fascinassem como indutores de ilusão e divertimento, suas telinhas acanhadas juntamente as deficiências técnicas passaram a representar para nós a vida sem os artificialismos criados com o cinemascope, e, por isso, paulatinamente, foram abandonados à faixa do desinteresse, exceto tivessem conteúdo de sumo interesse.
A lição que fica, se tratando de filmes e da vida, é que quando juntamos um pouco de consciência aprendemos a identificar, pelo menos, os verdadeiros bandidos.