Quando a boca fala, o corpo sara.
Abusos físicos, sexuais e emocionais na infância desencadeiam nas pessoas barreiras e limites de proteção muito além do normal. Marcadas pelo tempo, essas situações em geral permanecem pelo restante da vida da pessoa sem que a mesma identifique a origem do problema, pois muitas vezes é costume um dos pais solicitar ao filho que seja compreensivo com o que se foi a limpar de vez a macula deixada na psique da criança.
O “mascarar” o passado dá ao abusador a sensação de livre-arbítrio e o mesmo passa a agir em seu cotidiano como um individuo sem limites. A partir daí o sentido dado ao castigo dos pais deixa de ser o de um bom corretivo para se tornar mais uma ferramenta de agressão em especial quando o transgressor manipula a opinião alheia por conhecer de perto os presentes, seus medos e fantasias como membro da família.
Estabelecer limites desde cedo é e sempre será uma medida bem vinda de proteção e nada melhor que o dialogo para solucionar os entraves que resistem ao tempo, mas o que se pode esperar quando justamente quem mensura essas fronteiras é possuidor de traumas maiores? Difícil questão; o abandono da controvérsia é e sempre será a pior saída pois esse tipo de imundice colocada sob o tapete da vida da pessoa cedo ou tarde vem à tona com situações bem mais conflitantes a serem trabalhadas. Pense seriamente nesta questão e mãos a obra começando por explorar o “podre” de dentro de si discorrendo o trauma a quem mais você confia. Por que? “Quando a boca fala, o corpo sara”!!!
Manoel Cláudio – 20/09/2011 – 05:49h.