Hoje me peguei a pensar em que modelo de vida eu represento. Qual o estilo social pré-definido eu me encaixo melhor.
Sabe quando alguém olha para uma roupa e diz: “é a sua cara”? Pois é, ando procurando qual é a minha cara na vida, porque cheguei à conclusão que todo mundo tem uma em particular - feito um disfarce - e tende a se esconder dentro dele até que a morte venha arrancá-lo de lá, levando-o nu.
Tentando me enxergar através do espelho da consciência, aquele que não reflete nada mais do que o nosso interior, fiquei ainda mais confusa do que ao iniciar minha busca sobre o que represento nesta passarela de papéis.
É que, contrariando tudo aquilo que esperam que eu seja, sou tudo o que querem eu seja e tudo o que querem que não seja também.
Sou filha para minha mãe; irmã para meus irmãos; mãe para meus filhos; amiga para os amigos; amante para os amores; profissional para os patrões; contribuinte para o governo; eleitora para os políticos; cliente para os comerciantes; escritora para os leitores... E a lista não acaba aqui. Ela vai até onde exigirem que eu seja e eu sou.
Contudo, não posso me ocultar atrás das conveniências agradáveis aos seres que se dizem humanamente corretos, pois as faces que tenho vão até onde não gostariam que eu fosse, mas sou.
A frágil e amanteigada mulher, que por incontáveis vezes, se derrete e tem a fatídica impressão de que jamais irá se regenerar. E necessita de alguém, ou de uma forma, que lhe devolva a consistência e a modele outra vez.
A intempestiva emocional que, mais vezes do que gostaria, perde o controle do volume da voz; da intensidade das emoções; da localização da consciência e de si mesma. E solta os cachorros sobre o primeiro que resolve invadir os portões da sua paciência e tolerância.
A depressiva sem causa, que entristece sem motivo e por qualquer motivo, e sente que passar o dia na cama seria o melhor remédio. E, quando levanta, arrasta os pesados e deprimentes quilos de exaustão de viver a vida que lhe parece, vez ou outra, sem sentido.
A neurótica obsessiva, que quer matar a poeira que tomou conta da sua casa e se assentou por todos os cômodos, sobre todos os móveis, mas nem sempre tem coragem suficiente de se armar de vassoura e pano para acabar com a intrusa indesejável e suja.
A preguiçosa assumida que, tantas e tantas vezes, adoraria que não existisse trabalho e muito menos as obrigações financeiras que obrigam que as pessoas tenham uma profissão e um cargo que lhes confere salário, status e uma posição social que não se sabe direito para o que serve.
A desmiolada, inconsequente e louca que, incontáveis vezes, desejou jogar tudo para o alto se lançando junto numa viagem sem roteiro, sem passagem, sem ida nem volta. E culpa escancaradamente a covardia por lhe roubar o passaporte.
A problemática que, vira e mexe, não sabe muito bem como resolver as suas próprias questões “vidamáticas”. E reza para que Deus e toda a equipe celestial lhe prestem a consultoria necessária e tragam a solução.
A fútil que, mais de uma vez, gastou mais do que devia e comprou coisas que sequer necessitava. E em segredo com seu com o cartão de crédito se deixou seduzir pela volúpia da marca, o que lhe custou disparatadas parcelas mensais.
A piriguete que, em alguns momentos, pecou no figurino e na falta de comprimento da saia ou no exagero do decote, do batom, da maquiagem, do salto, da bolsa, das atitudes, de tudo que parecia ter sentido, mas que não tinha sentido algum, que não fosse exagerar.
A insensível e fria que, em alguns momentos, magoou alguém e seguiu caminhando, por não sentir a dor no coração que não era seu. E por não sentir a dor, sequer cuidou da ferida, só rezou para que cicatrizasse.
A má, a vil, a frívola, a egoísta, a vulgar, a fraca... Não posso fingir que não existam estas caras em mim.
Posso garantir que luto incansavelmente contra todas as facetas perversas que me habitam e que, na maioria das vezes, sou a mocinha e não a vilã. Mas, daí, a me fazer de santa, pura, casta e perfeita, é vestir o traje da hipocrisia, e este não me caí bem.
Não almejo ser hit, muito menos ser seguida, adoto o estilo normal com o qual me identifico e opto pelo modelito ser humana.
E, se neste mundo houver modelos sacros, me provem que são legítimos que, aí, eu ajoelho e rezo.
Sabe quando alguém olha para uma roupa e diz: “é a sua cara”? Pois é, ando procurando qual é a minha cara na vida, porque cheguei à conclusão que todo mundo tem uma em particular - feito um disfarce - e tende a se esconder dentro dele até que a morte venha arrancá-lo de lá, levando-o nu.
Tentando me enxergar através do espelho da consciência, aquele que não reflete nada mais do que o nosso interior, fiquei ainda mais confusa do que ao iniciar minha busca sobre o que represento nesta passarela de papéis.
É que, contrariando tudo aquilo que esperam que eu seja, sou tudo o que querem eu seja e tudo o que querem que não seja também.
Sou filha para minha mãe; irmã para meus irmãos; mãe para meus filhos; amiga para os amigos; amante para os amores; profissional para os patrões; contribuinte para o governo; eleitora para os políticos; cliente para os comerciantes; escritora para os leitores... E a lista não acaba aqui. Ela vai até onde exigirem que eu seja e eu sou.
Contudo, não posso me ocultar atrás das conveniências agradáveis aos seres que se dizem humanamente corretos, pois as faces que tenho vão até onde não gostariam que eu fosse, mas sou.
A frágil e amanteigada mulher, que por incontáveis vezes, se derrete e tem a fatídica impressão de que jamais irá se regenerar. E necessita de alguém, ou de uma forma, que lhe devolva a consistência e a modele outra vez.
A intempestiva emocional que, mais vezes do que gostaria, perde o controle do volume da voz; da intensidade das emoções; da localização da consciência e de si mesma. E solta os cachorros sobre o primeiro que resolve invadir os portões da sua paciência e tolerância.
A depressiva sem causa, que entristece sem motivo e por qualquer motivo, e sente que passar o dia na cama seria o melhor remédio. E, quando levanta, arrasta os pesados e deprimentes quilos de exaustão de viver a vida que lhe parece, vez ou outra, sem sentido.
A neurótica obsessiva, que quer matar a poeira que tomou conta da sua casa e se assentou por todos os cômodos, sobre todos os móveis, mas nem sempre tem coragem suficiente de se armar de vassoura e pano para acabar com a intrusa indesejável e suja.
A preguiçosa assumida que, tantas e tantas vezes, adoraria que não existisse trabalho e muito menos as obrigações financeiras que obrigam que as pessoas tenham uma profissão e um cargo que lhes confere salário, status e uma posição social que não se sabe direito para o que serve.
A desmiolada, inconsequente e louca que, incontáveis vezes, desejou jogar tudo para o alto se lançando junto numa viagem sem roteiro, sem passagem, sem ida nem volta. E culpa escancaradamente a covardia por lhe roubar o passaporte.
A problemática que, vira e mexe, não sabe muito bem como resolver as suas próprias questões “vidamáticas”. E reza para que Deus e toda a equipe celestial lhe prestem a consultoria necessária e tragam a solução.
A fútil que, mais de uma vez, gastou mais do que devia e comprou coisas que sequer necessitava. E em segredo com seu com o cartão de crédito se deixou seduzir pela volúpia da marca, o que lhe custou disparatadas parcelas mensais.
A piriguete que, em alguns momentos, pecou no figurino e na falta de comprimento da saia ou no exagero do decote, do batom, da maquiagem, do salto, da bolsa, das atitudes, de tudo que parecia ter sentido, mas que não tinha sentido algum, que não fosse exagerar.
A insensível e fria que, em alguns momentos, magoou alguém e seguiu caminhando, por não sentir a dor no coração que não era seu. E por não sentir a dor, sequer cuidou da ferida, só rezou para que cicatrizasse.
A má, a vil, a frívola, a egoísta, a vulgar, a fraca... Não posso fingir que não existam estas caras em mim.
Posso garantir que luto incansavelmente contra todas as facetas perversas que me habitam e que, na maioria das vezes, sou a mocinha e não a vilã. Mas, daí, a me fazer de santa, pura, casta e perfeita, é vestir o traje da hipocrisia, e este não me caí bem.
Não almejo ser hit, muito menos ser seguida, adoto o estilo normal com o qual me identifico e opto pelo modelito ser humana.
E, se neste mundo houver modelos sacros, me provem que são legítimos que, aí, eu ajoelho e rezo.