A MERCE DA SORTE
Muito Se fala em sorte e azar. Não acredito em nenhuma das duas. Nem na sorte, nem no azar. Não mesmo. As pessoas mal sucedidas sempre se apegam e justificam tanto o seu insucesso, quando o sucesso alheio, por conta dessas pseudos fatalidades.
Já de há muito, que considero que a vida de toda pessoa é sempre uma conseqüência dos seus atos, ou das suas omissões. Costumo brincar com o assunto, dizendo que a vida é como o futebol, uma seqüência de conseqüências. Uma partida de futebol, dura apenas 90 minutos e a sucessão de conseqüências é sempre rápida. Todo castigo dos maus atos ou inércias, não vem a cavalo, vem a jato.
Já na vida, o tempo é mais afável conosco e temos bastante tempo para ir corrigindo as coisas. Se não fazemos, se não agimos, se agimos de forma errada, inconseqüente, precisa haver uma soma muito grande de erros para que a vida se transforme em azar. Sim, até aceito que se fale de azar, mas como algo construído por nós mesmos, conseqüência das nossas ações. Igualmente com a propalada sorte.
Sempre acreditei que as pessoas que deixam a vida correr por conta da sorte ou do azar, são na realidade sossegadas. Todas as más conseqüências dos seus atos falhos, da sua omissão, da sua inércia, da sua falta de iniciativa, do seu sossego demasiado, da sua preguiça, são jogadas nas costas do azar. E pior que isso, quando questionadas comparativamente com outras pessoas de semelhantes condições e bem sucedidas, subestima os méritos alheios, por conta da sorte.
Assim já pensava de há muito. Até que certo dia, quando estava viajando, trabalhando numa pequena cidade, após o dia todo de muito trabalho com um vendedor parceiro e mais cansado de empurrá-lo para o positivismo, para a ação e tirá-lo do mau hábito da passividade, chegamos ao hotel. Lembro que embora já fosse quase 7 horas da noite, mas como era horário de verão, o dia ainda estava claro e parar de trabalhar ainda com o dia claro, deixa-me um pouco inquieto. Mas não resisti à pressão do colega que insistia já ser hora de parar, que queria tomar um banho, que estava cansado, etc. Nem preciso dizer que esse colega era um baita “azarado”.
Bom, chegamos ao hotel, tomei um banho e desci para a recepção, para não ficar deitado na televisão. Queria conversar com outros vendedores que freqüentavam o mesmo hotel, interagir, trocar idéias e com isso me informar melhor sobre o mercado local, sobre os bons e ruins clientes, etc. Essa troca é muito comum no meio.
Cheguei à recepção e vi que tinha um grupo sentado na larga calçada defronte ao hotel, numa roda de chimarrão e o papo rolando solto. Passavam das 20 horas e a noite ainda chegava preguiçosa, formado um final de tarde gostosa, um ventinho simpático soprando as conversas.
Acheguei-me ao grupo e logo comecei a participar das conversas esperando a vez da cuia de chimarrão chegar até mim. No meio do grupo, estava um senhor já dos seus sessenta e poucos anos, muito simpático, falante, que se dizia ser vendedor ha décadas. Contava suas aventuras nas andanças pelo interior, nas estradas de chão, nos velhos tempos e com todas as dificuldades que já não existiam atualmente.
A noite descendo, o chimarrão correndo, o ventinho gostoso refrescando o verão e o velho senhor contando suas histórias, dentre as quais repassava conceitos e filosofias. Realmente muito agradável a tarde e a roda. E não lembro porque, mas de repente, por interferência de alguém presente, o assunto descambou para os conceitos de sorte e azar. Dizia o interferente, que principalmente a atividade de vendas, tinha muito de sorte. Que o vendedor para ser bem sucedido, tinha que ter muita sorte, que o mercado era cada dia mais difícil, etc., etc., e somente com muita sorte para se dar bem.
Foi quando o velho, simpático e falante senhor, saiu-se com esta pérola:
“Pois é, meu filho – dirigindo-se ao dependente da sorte – talvez você tenha razão. Talvez até tenha, pois, em toda minha vida de vendedor, quando mais eu trabalhei, mas sorte eu tive. E ainda continua assim. O dia em que mais trabalho, que levanto mais cedo, que visito mais clientes, que trabalho mais, eu tenho mais, muito mais sorte”.
E nunca mais esqueci o conceito filosófico do velho senhor. “Quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho”.
Muito Se fala em sorte e azar. Não acredito em nenhuma das duas. Nem na sorte, nem no azar. Não mesmo. As pessoas mal sucedidas sempre se apegam e justificam tanto o seu insucesso, quando o sucesso alheio, por conta dessas pseudos fatalidades.
Já de há muito, que considero que a vida de toda pessoa é sempre uma conseqüência dos seus atos, ou das suas omissões. Costumo brincar com o assunto, dizendo que a vida é como o futebol, uma seqüência de conseqüências. Uma partida de futebol, dura apenas 90 minutos e a sucessão de conseqüências é sempre rápida. Todo castigo dos maus atos ou inércias, não vem a cavalo, vem a jato.
Já na vida, o tempo é mais afável conosco e temos bastante tempo para ir corrigindo as coisas. Se não fazemos, se não agimos, se agimos de forma errada, inconseqüente, precisa haver uma soma muito grande de erros para que a vida se transforme em azar. Sim, até aceito que se fale de azar, mas como algo construído por nós mesmos, conseqüência das nossas ações. Igualmente com a propalada sorte.
Sempre acreditei que as pessoas que deixam a vida correr por conta da sorte ou do azar, são na realidade sossegadas. Todas as más conseqüências dos seus atos falhos, da sua omissão, da sua inércia, da sua falta de iniciativa, do seu sossego demasiado, da sua preguiça, são jogadas nas costas do azar. E pior que isso, quando questionadas comparativamente com outras pessoas de semelhantes condições e bem sucedidas, subestima os méritos alheios, por conta da sorte.
Assim já pensava de há muito. Até que certo dia, quando estava viajando, trabalhando numa pequena cidade, após o dia todo de muito trabalho com um vendedor parceiro e mais cansado de empurrá-lo para o positivismo, para a ação e tirá-lo do mau hábito da passividade, chegamos ao hotel. Lembro que embora já fosse quase 7 horas da noite, mas como era horário de verão, o dia ainda estava claro e parar de trabalhar ainda com o dia claro, deixa-me um pouco inquieto. Mas não resisti à pressão do colega que insistia já ser hora de parar, que queria tomar um banho, que estava cansado, etc. Nem preciso dizer que esse colega era um baita “azarado”.
Bom, chegamos ao hotel, tomei um banho e desci para a recepção, para não ficar deitado na televisão. Queria conversar com outros vendedores que freqüentavam o mesmo hotel, interagir, trocar idéias e com isso me informar melhor sobre o mercado local, sobre os bons e ruins clientes, etc. Essa troca é muito comum no meio.
Cheguei à recepção e vi que tinha um grupo sentado na larga calçada defronte ao hotel, numa roda de chimarrão e o papo rolando solto. Passavam das 20 horas e a noite ainda chegava preguiçosa, formado um final de tarde gostosa, um ventinho simpático soprando as conversas.
Acheguei-me ao grupo e logo comecei a participar das conversas esperando a vez da cuia de chimarrão chegar até mim. No meio do grupo, estava um senhor já dos seus sessenta e poucos anos, muito simpático, falante, que se dizia ser vendedor ha décadas. Contava suas aventuras nas andanças pelo interior, nas estradas de chão, nos velhos tempos e com todas as dificuldades que já não existiam atualmente.
A noite descendo, o chimarrão correndo, o ventinho gostoso refrescando o verão e o velho senhor contando suas histórias, dentre as quais repassava conceitos e filosofias. Realmente muito agradável a tarde e a roda. E não lembro porque, mas de repente, por interferência de alguém presente, o assunto descambou para os conceitos de sorte e azar. Dizia o interferente, que principalmente a atividade de vendas, tinha muito de sorte. Que o vendedor para ser bem sucedido, tinha que ter muita sorte, que o mercado era cada dia mais difícil, etc., etc., e somente com muita sorte para se dar bem.
Foi quando o velho, simpático e falante senhor, saiu-se com esta pérola:
“Pois é, meu filho – dirigindo-se ao dependente da sorte – talvez você tenha razão. Talvez até tenha, pois, em toda minha vida de vendedor, quando mais eu trabalhei, mas sorte eu tive. E ainda continua assim. O dia em que mais trabalho, que levanto mais cedo, que visito mais clientes, que trabalho mais, eu tenho mais, muito mais sorte”.
E nunca mais esqueci o conceito filosófico do velho senhor. “Quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho”.