No amor, somos todos crianças
Veja bem, meu amigo imaginário, ou meu anjo da guarda, para os mais religiosos: O poeta que imagina e canta a natureza. Que vai desfilando todas as maravilhas da natureza, falando em estrelas, lua, sol, cascatas e das coisas cotidianas elaborando grandes metáforas, faz uma obra bonita, inteligente. Merece meus sinceros aplausos. Mas, se estiver falando de amor, posso dizer, sem medo de errar, que se ele procede assim é porque não tem um amor concreto na sua vida.
Essa é a maior prova de que este poeta se encontra sozinho, não tem um amor na vida real. Você meu amigo, ou meu anjo, poderão me objetar: - Mas como, o poema é fantasticamente belo e o poeta ou a poetisa estão justamente cantando o amor... Concordarei. Mas serei novamente assertivo, o poeta e a poetisa estão sozinhos. – Mas como? – dirão, espantados todos, todos que estão me lendo agora!
Falarei da minha própria experiência passada e por todos os outros que tiveram a ventura de amarem alguém concretamente.
Quando amamos alguém, e esse alguém nem precisa nos amar, a primeira coisa que desaparece é justamente o mundo.
Ingressamos no céu dos santos. Entramos em êxtase. Disse que o mundo desaparece? - Disse – falou o meu anjo da guarda, com um sorriso nos lábios, pois me conhece desde que nasci. - É, realmente, disse. Mas precisava dar uma explicação: tudo desaparece, menos a pessoa amada.
Perguntei a uma amiga poetisa para quem ela havia feito um belo poema de amor. A resposta: "para ninguém, foram divagações, apenas arte!"
Divagar sobre o amor, de maneira totalmente abstrata, sem que haja ao menos a idealização de alguém bem concreto, me parece uma mentira. Ou então, a meu ver, é um delírio completo.
Como me falta ainda sabedoria, vou apelar para um trecho de um livro do genial Goethe, que fala de amor, e, talvez, o leitor acabe me dando razão. Vamos a ele, com imenso prazer:
##########################
“Não, eu não me engano! Li nos seus olhos negros um verdadeiro interesse por mim e pela minha
sorte. Sim, eu sinto que meu coração pode crer que ela... Ousarei, poderei pronunciar estas palavras
que resumem o paraíso?... Eu sinto que ela me ama!
Ela me ama! E quanto eu me valorizo a meus próprios olhos,, quanto... eu posso dizer isto a você,
que
compreender-me... quanto eu me adoro a mim mesmo, depois que ela me ama!
Será presunção? Será o sentimento do meu verdadeiro estado?... Não conheço homem nenhum de
quem possa temer qualquer interferência capaz de diminuir-me ao coração de Carlota. E, no
entanto, quando ela, com tanto calor e afeto, fala do seu noivo... é como se eu fosse um homem
despojado de todas as honrarias e dignidades, e ao qual arrebatassem a própria espada.
Julho, 16
Que sensação se comunica a todo o meu ser quando por acaso meu dedo toca no seu, ou nossos pés
se encontram embaixo da mesa! Retiro-os como se tivesse tocado
o fogo, e uma força secreta impulsiona-me de novo. A vertigem arrebata os meus sentidos! ... E
dizer que sua alma cândida não sabe o suplício que me infligem essas
pequenas familiaridades! E quando, animados pela conversa, ela pousa sua mão sobre a minha e,
mais arrebatados ainda pelas palavras, ela se aproxima tanto que eu chego a experimentar seu
hálito celestial junto dos meus lábios. . . então, parece que vou desaparecer como que ferido pelo
raio... E, Wahlheim, como
Aplicar esta pureza e esta confiança, se eu jamais ousei... você me compreende. Não, meu coração
não é tão corrompido! Ele é fraco, sim, bem fraco! Ela me é sagrada. Todo desejo emudece em sua
presença. Não sei o que sinto quando estou junto dela; é como se toda a minha alma estivesse
subvertida... Uma ária que ela toca no cravo, com o poder mágico de anjo, e com tanta
simplicidade, tanta alma! É a sua ária predileta. Quando ela fere a primeira nota, sinto de todo o
meu sofrimento, da confusão das idéias e fantasias.
Nada do que os antigos contam sobre o poder sobrenatural da musica me parece inverossímil.
Como esse pequeno canto toma conta de mim. E como ela sabe fazer-se ouvir a propósito, sempre
no momento em que me vem vontade de meter uma bala na cabeça! ... 0 delírio e as trevas se
dissipam na minha alma e respiro mais livremente.
Julho, 18
Wahlheim, que seria, para o nosso coração, o mundo inteiro sem amor? O mesmo que uma lanterna
mágica apagada! Assim que a gente coloca aí uma lâmpada, imagens de todas as cores se projetam
na tela branca... E, quando fosse apenas isso, fantasmas efêmeros, nós encontramos a felicidade
postando-nos diante deles, como as crianças se extasiam ao contemplar aquelas aparições
maravilhosas!
Retido hoje por uma reunião a que não podia faltar, não fui à casa de Carlota. Que hei de fazer?
Mandei lá o meu criado, apenas para ter junto de mim alguém que se tivesse aproximado dela. E
com que impaciência o esperei! Com que alegria o vi regressar! Deu-me vontade de beijá-lo, mas
tive vergonha.
Conta-se que a pedra de Bolonha, quando exposta ao sol, furta-lhe os raios e fica por algum tempo
luminosa durante a noite. Pareceu-me haver acontecido o mesmo , com o meu criado. Só o pensar
que os olhos de Carlota tinham pousado em seu rosto, nas suas faces, nos botões da sua libré, no
seu colete, fez com que Ele se tornasse para mim tão precioso, tão sagrado! Naquele momento, eu
não daria o meu criado por 1000 escudos. Eu me sentia tão feliz junto dele! ... Que Deus não deixe
você rir-se de tudo isto! Wahlheim, não são as visões quiméricas que nos tornam felizes?
Julho, 19
Vou vê-la! Foi esta a minha primeira exclamação desta manhã, quando me levantei e meus olhos
procuraram alegremente o sol. "Vou vê-la!" E, durante o dia inteiro, não tive outro desejo. Tudo,
tudo foi absorvido por essa perspectiva.
Julho, 26
Tomei, já, várias vezes, a resolução de não ir vê-la tão amiúde. Sim, mas como resistir? Cada dia
sucumbo à tentação e faço a mim mesmo este juramento: "Amanhã, você ficará em casa". Quando
chega o dia seguinte, sempre encontro qualquer motivo imperioso para lá ir e só dou acordo de
mim junto dela. Ou então, é ela quem diz, à noite: "Você virá amanhã, não?" E quem pode resistir
a isso? Ou, ainda, é ela quem me incumbe de um recado e julgo conveniente levar-lhe,
pessoalmente, a resposta. Ou ainda isto: vou a Wahlheim, que dista meia hora da casa dela!...
Sinto-me muito perto da sua atmosfera ... e, subitamente, eis-me a seu lado!
Julho, 30
Alberto está de regresso e eu quero partir. Quando Ele fosse o melhor, o mais nobre dos homens,
de maneira que eu me reconhecesse inferior a Ele sob todos os pontos de vista, ainda assim não
suportaria vê-lo, com os próprios olhos, possuidor. Wahlheim, isto é bastante: o noivo está aqui. É
um homem excelente, amável, não se pode deixar de estimá-lo. Felizmente não assisti à sua chegada;”
Bem, só o fato de podermos reler o grande Goethe, me deixa feliz e recompensado.
Com esta citação quis rebater aqueles ou aquelas que afirmam poder escrever sobre o amor abstratamente, delirantemente, o que, na minha ignorância, me parece impossível. Ou, então, tenho algum defeito congênito, pois não consigo escrever desse jeito. Tudo que escrevo baseia-se na vida real, podendo, evidentemente, acrescentar alguns sonhos, mas sempre com base no concreto das pessoas.
É por isso que o chamado amor platônico já é algo bem louco.
Vejam se é possível alguém poetar sobre o amor, sem ter alguém concreto em sua cabeça, diante de mais esse trecho do livro de Goethe:
“Como somos crianças! Como somos ávidos de um olhar! Ali! como a gente é criança! ... Tínhamos
... Durante a jornada, creio ter visto nos
olhos negros de Carlota... Perdoe-me, que eu estou louco, mas eu queria que você visse aqueles
olhos! Vamos (porque os meus estão pesados de sono), imagine que, quando elas subiram,
permanecemos todos de pé, em torno do carro, o jovem W. . ., Selstadt, Audran e eu. Elas
conversavam através da portinhola com esses mocinhos que, a dizer verdade, se mostravam muito
frívolos e volúveis. Eu buscava os olhos de Carlota, mas, ai de mim, Eles iam de um lado para
outro, sem pousar em mim, que ali estava sentindo outro pensamento que não fosse para ela! Meu
coração mil vezes lhe repetia adeus, e ela não me via!. . .
O carro partiu e uma lágrima rolou nos meus olhos. Segui-o com o olhar, vi a cabeleira de Carlota
Precipitar-se fora da portinhola, vi que ela se voltava para olhar... Seria para mim? Meu caro
Wahlheim, flutuo nesta incerteza e a consolação unica é dizer a mim mesmo: "Talvez ela se tenha
voltado para me olhar!" Talvez! ...
Boa noite! Ah! como eu sou criança.”
Sou obrigado a repetir frase quase idêntica do personagem de Goethe, para meu espanto : Ah! em matéria de amor, como ainda somos crianças.
Gdantas
Veja bem, meu amigo imaginário, ou meu anjo da guarda, para os mais religiosos: O poeta que imagina e canta a natureza. Que vai desfilando todas as maravilhas da natureza, falando em estrelas, lua, sol, cascatas e das coisas cotidianas elaborando grandes metáforas, faz uma obra bonita, inteligente. Merece meus sinceros aplausos. Mas, se estiver falando de amor, posso dizer, sem medo de errar, que se ele procede assim é porque não tem um amor concreto na sua vida.
Essa é a maior prova de que este poeta se encontra sozinho, não tem um amor na vida real. Você meu amigo, ou meu anjo, poderão me objetar: - Mas como, o poema é fantasticamente belo e o poeta ou a poetisa estão justamente cantando o amor... Concordarei. Mas serei novamente assertivo, o poeta e a poetisa estão sozinhos. – Mas como? – dirão, espantados todos, todos que estão me lendo agora!
Falarei da minha própria experiência passada e por todos os outros que tiveram a ventura de amarem alguém concretamente.
Quando amamos alguém, e esse alguém nem precisa nos amar, a primeira coisa que desaparece é justamente o mundo.
Ingressamos no céu dos santos. Entramos em êxtase. Disse que o mundo desaparece? - Disse – falou o meu anjo da guarda, com um sorriso nos lábios, pois me conhece desde que nasci. - É, realmente, disse. Mas precisava dar uma explicação: tudo desaparece, menos a pessoa amada.
Perguntei a uma amiga poetisa para quem ela havia feito um belo poema de amor. A resposta: "para ninguém, foram divagações, apenas arte!"
Divagar sobre o amor, de maneira totalmente abstrata, sem que haja ao menos a idealização de alguém bem concreto, me parece uma mentira. Ou então, a meu ver, é um delírio completo.
Como me falta ainda sabedoria, vou apelar para um trecho de um livro do genial Goethe, que fala de amor, e, talvez, o leitor acabe me dando razão. Vamos a ele, com imenso prazer:
##########################
“Não, eu não me engano! Li nos seus olhos negros um verdadeiro interesse por mim e pela minha
sorte. Sim, eu sinto que meu coração pode crer que ela... Ousarei, poderei pronunciar estas palavras
que resumem o paraíso?... Eu sinto que ela me ama!
Ela me ama! E quanto eu me valorizo a meus próprios olhos,, quanto... eu posso dizer isto a você,
que
compreender-me... quanto eu me adoro a mim mesmo, depois que ela me ama!
Será presunção? Será o sentimento do meu verdadeiro estado?... Não conheço homem nenhum de
quem possa temer qualquer interferência capaz de diminuir-me ao coração de Carlota. E, no
entanto, quando ela, com tanto calor e afeto, fala do seu noivo... é como se eu fosse um homem
despojado de todas as honrarias e dignidades, e ao qual arrebatassem a própria espada.
Julho, 16
Que sensação se comunica a todo o meu ser quando por acaso meu dedo toca no seu, ou nossos pés
se encontram embaixo da mesa! Retiro-os como se tivesse tocado
o fogo, e uma força secreta impulsiona-me de novo. A vertigem arrebata os meus sentidos! ... E
dizer que sua alma cândida não sabe o suplício que me infligem essas
pequenas familiaridades! E quando, animados pela conversa, ela pousa sua mão sobre a minha e,
mais arrebatados ainda pelas palavras, ela se aproxima tanto que eu chego a experimentar seu
hálito celestial junto dos meus lábios. . . então, parece que vou desaparecer como que ferido pelo
raio... E, Wahlheim, como
Aplicar esta pureza e esta confiança, se eu jamais ousei... você me compreende. Não, meu coração
não é tão corrompido! Ele é fraco, sim, bem fraco! Ela me é sagrada. Todo desejo emudece em sua
presença. Não sei o que sinto quando estou junto dela; é como se toda a minha alma estivesse
subvertida... Uma ária que ela toca no cravo, com o poder mágico de anjo, e com tanta
simplicidade, tanta alma! É a sua ária predileta. Quando ela fere a primeira nota, sinto de todo o
meu sofrimento, da confusão das idéias e fantasias.
Nada do que os antigos contam sobre o poder sobrenatural da musica me parece inverossímil.
Como esse pequeno canto toma conta de mim. E como ela sabe fazer-se ouvir a propósito, sempre
no momento em que me vem vontade de meter uma bala na cabeça! ... 0 delírio e as trevas se
dissipam na minha alma e respiro mais livremente.
Julho, 18
Wahlheim, que seria, para o nosso coração, o mundo inteiro sem amor? O mesmo que uma lanterna
mágica apagada! Assim que a gente coloca aí uma lâmpada, imagens de todas as cores se projetam
na tela branca... E, quando fosse apenas isso, fantasmas efêmeros, nós encontramos a felicidade
postando-nos diante deles, como as crianças se extasiam ao contemplar aquelas aparições
maravilhosas!
Retido hoje por uma reunião a que não podia faltar, não fui à casa de Carlota. Que hei de fazer?
Mandei lá o meu criado, apenas para ter junto de mim alguém que se tivesse aproximado dela. E
com que impaciência o esperei! Com que alegria o vi regressar! Deu-me vontade de beijá-lo, mas
tive vergonha.
Conta-se que a pedra de Bolonha, quando exposta ao sol, furta-lhe os raios e fica por algum tempo
luminosa durante a noite. Pareceu-me haver acontecido o mesmo , com o meu criado. Só o pensar
que os olhos de Carlota tinham pousado em seu rosto, nas suas faces, nos botões da sua libré, no
seu colete, fez com que Ele se tornasse para mim tão precioso, tão sagrado! Naquele momento, eu
não daria o meu criado por 1000 escudos. Eu me sentia tão feliz junto dele! ... Que Deus não deixe
você rir-se de tudo isto! Wahlheim, não são as visões quiméricas que nos tornam felizes?
Julho, 19
Vou vê-la! Foi esta a minha primeira exclamação desta manhã, quando me levantei e meus olhos
procuraram alegremente o sol. "Vou vê-la!" E, durante o dia inteiro, não tive outro desejo. Tudo,
tudo foi absorvido por essa perspectiva.
Julho, 26
Tomei, já, várias vezes, a resolução de não ir vê-la tão amiúde. Sim, mas como resistir? Cada dia
sucumbo à tentação e faço a mim mesmo este juramento: "Amanhã, você ficará em casa". Quando
chega o dia seguinte, sempre encontro qualquer motivo imperioso para lá ir e só dou acordo de
mim junto dela. Ou então, é ela quem diz, à noite: "Você virá amanhã, não?" E quem pode resistir
a isso? Ou, ainda, é ela quem me incumbe de um recado e julgo conveniente levar-lhe,
pessoalmente, a resposta. Ou ainda isto: vou a Wahlheim, que dista meia hora da casa dela!...
Sinto-me muito perto da sua atmosfera ... e, subitamente, eis-me a seu lado!
Julho, 30
Alberto está de regresso e eu quero partir. Quando Ele fosse o melhor, o mais nobre dos homens,
de maneira que eu me reconhecesse inferior a Ele sob todos os pontos de vista, ainda assim não
suportaria vê-lo, com os próprios olhos, possuidor. Wahlheim, isto é bastante: o noivo está aqui. É
um homem excelente, amável, não se pode deixar de estimá-lo. Felizmente não assisti à sua chegada;”
Bem, só o fato de podermos reler o grande Goethe, me deixa feliz e recompensado.
Com esta citação quis rebater aqueles ou aquelas que afirmam poder escrever sobre o amor abstratamente, delirantemente, o que, na minha ignorância, me parece impossível. Ou, então, tenho algum defeito congênito, pois não consigo escrever desse jeito. Tudo que escrevo baseia-se na vida real, podendo, evidentemente, acrescentar alguns sonhos, mas sempre com base no concreto das pessoas.
É por isso que o chamado amor platônico já é algo bem louco.
Vejam se é possível alguém poetar sobre o amor, sem ter alguém concreto em sua cabeça, diante de mais esse trecho do livro de Goethe:
“Como somos crianças! Como somos ávidos de um olhar! Ali! como a gente é criança! ... Tínhamos
... Durante a jornada, creio ter visto nos
olhos negros de Carlota... Perdoe-me, que eu estou louco, mas eu queria que você visse aqueles
olhos! Vamos (porque os meus estão pesados de sono), imagine que, quando elas subiram,
permanecemos todos de pé, em torno do carro, o jovem W. . ., Selstadt, Audran e eu. Elas
conversavam através da portinhola com esses mocinhos que, a dizer verdade, se mostravam muito
frívolos e volúveis. Eu buscava os olhos de Carlota, mas, ai de mim, Eles iam de um lado para
outro, sem pousar em mim, que ali estava sentindo outro pensamento que não fosse para ela! Meu
coração mil vezes lhe repetia adeus, e ela não me via!. . .
O carro partiu e uma lágrima rolou nos meus olhos. Segui-o com o olhar, vi a cabeleira de Carlota
Precipitar-se fora da portinhola, vi que ela se voltava para olhar... Seria para mim? Meu caro
Wahlheim, flutuo nesta incerteza e a consolação unica é dizer a mim mesmo: "Talvez ela se tenha
voltado para me olhar!" Talvez! ...
Boa noite! Ah! como eu sou criança.”
Sou obrigado a repetir frase quase idêntica do personagem de Goethe, para meu espanto : Ah! em matéria de amor, como ainda somos crianças.
Gdantas