INVASÃO GENERALIZADA

Estes dias me peguei pensando: Ora bolas, agora tem gente querendo lhes orientar até de que operadora você deve ser cliente. Já pensaram nisto?

Vejam bem: Esta semana encontrei umas cinco pessoas que ao conversarmos, precisamos trocar o número do nosso telefone. Incrível como quando eu dizia o nome da operadora que eu era cliente, as pessoas questionavam: - Você só tem esse chip, Fátima?

- Sim. Respondia e já completava: -Estou bem satisfeita.

Ah, mas você não tem chip de tal operadora?

- Não. Não me interesso.

Daí a pessoas respondiam:

- Ter um chip da ... ou da ... ou da ... é tão bom. Fica até mais fácil da gente se falar.

Não aguentei e disparei:

- Olha, meu telefone é SÓ este e reforço que estou satisfeita!

Me aborreci e saí pensando o que já relatei no início da crônica: Querem escolher até a operadora que você vai utilizar.

Intromissão generalizada!

Bobagem.

Comigo não!

Eu não sou mais daquelas pessoas que andam com 3, 4 aparelhos (já cheguei a ter), pois tinha horas que tocava uns 3 e eu me sentia invadida.

Esse negócio de celular, acabou com a privacidade de muita gente. Hoje a sociedade sai de casa sem dinheiro, sem os amigos, mas não sai sem o celular. Virou acessório indispensável.

Prá mim não. Saio de casa sem ele, vou ao shopping sem sua companhia, vou às praças totalmente incomunicável e sinto-me mais livre.

Celular é um saco em certas ocasiões de nossa vida. Noutras, é imprescindível, mormente em casos de emergência, mas fora disto, podemos sim sobreviver sem o equipamento.

Me livrei de vários aparelhos e hoje possuo apenas um e ainda por cima, de uma operadora que muita gente não gosta de trabalhar, mas para mim está satisfazendo minha necessidade e não toca o tempo todo.

Conheço pessoas que almoçam ao lado do celular e não ao lado da família. Observo pessoas que colocam-no em cima da mesa junto à carteira de cédulas. Contemplo gente deixando de curtir a família e curtindo o celular. Odeio isto!

Não me detenho a nada destas bugingangas tecnológicas. Sei que é um fenômeno da modernidade, mas ficar refém de um aparelho de celular, jamais.

Espero que vocês compreendem, pois curto muito mais meus familiares e meus livros do que a tecnologia de 'ponta'.

É, tem sim uma ponta: Ponta de solidão! Ponta de invasão.

Nada mais!

Ah, eu uso meu velho relógio de pulso há uns 20 anos e um tradicional e romântico despertador! Nem preciso de celular para observar a hora e nem para me despertar.

Contos e Encantos
Enviado por Contos e Encantos em 17/09/2011
Reeditado em 17/09/2011
Código do texto: T3225677
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