Embriaguez

Ao menos em felicidade engarrafada, pôde sorrir.

Se teve dois ou três versos de amor embriagados, deles não se esquecerá. Virão no primeiro gole de café de cura. É verdadeiro, aquele amor é verdade.

E no dia seguinte com toda a ressaca moral e lutando pra se lembrar das besteiras, virá a vontade dela e, assim fará por inteira a poesia.

Porque é só dela todo aquele coração acelerado.

Entre o tudo tão rápido e o ápice de intensidade, ele se desespera.

Entre o ardor de tanto amor que grita e pede socorro,

ele vai desopilar e,

depois entrar em fusão.

E quando a desordem daqueles copos de vodka com ressentimento for embora, virá a culpa.

E talvez pedirá desculpas,

querendo mais.

Querendo amar mais,

querendo-a mais.

Uma tarde,

uma tarde a mais.

Rapaz de tão pouca coragem e de coração enorme, maior que tua angústia, está a ponto de sufocação.

E ele não dará conta por amar tanto.

Sufocado por amor.

Tanto amor.

Muito, tanto,

Mais,

amor.

Lucas Mezz
Enviado por Lucas Mezz em 17/09/2011
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