Embriaguez
Ao menos em felicidade engarrafada, pôde sorrir.
Se teve dois ou três versos de amor embriagados, deles não se esquecerá. Virão no primeiro gole de café de cura. É verdadeiro, aquele amor é verdade.
E no dia seguinte com toda a ressaca moral e lutando pra se lembrar das besteiras, virá a vontade dela e, assim fará por inteira a poesia.
Porque é só dela todo aquele coração acelerado.
Entre o tudo tão rápido e o ápice de intensidade, ele se desespera.
Entre o ardor de tanto amor que grita e pede socorro,
ele vai desopilar e,
depois entrar em fusão.
E quando a desordem daqueles copos de vodka com ressentimento for embora, virá a culpa.
E talvez pedirá desculpas,
querendo mais.
Querendo amar mais,
querendo-a mais.
Uma tarde,
uma tarde a mais.
Rapaz de tão pouca coragem e de coração enorme, maior que tua angústia, está a ponto de sufocação.
E ele não dará conta por amar tanto.
Sufocado por amor.
Tanto amor.
Muito, tanto,
Mais,
amor.