CRÔNICA PARA SETEMBRO
As estradas às vezes se cruzam... Sem nenhuma razão explicita, motivo ou circunstancia. As coisas simplesmente acontecem e eis que então num determinado dia ou noite, numa hora qualquer as sementes são lançadas. A grande maioria não germina. Secam-se pelo caminho. E como na parábola, as pedras e os espinhos se encarregam de matar as poucas que se atrevem a cumprir seu destino. Mas há ainda aquelas, raríssimas, que caem em terra gentil e vencendo todos os obstáculos e sacrifícios rompem o solo e trazem ao nosso colo as alegrias da colheita certa e feliz.
São as sementes germinadas a bom tempo e que em setembro desabrocham em flor. Que se renovam ao toque das primeiras chuvas e que ao ouvir os passos suaves de Perséfone iluminam os campos com a ternura, aromas e cores peculiares a esse mês que aos nossos olhos fascinam.
Felizes os que pactuam seu nascimento com esse mês magnífico. E mais felizes ainda aqueles que por alguma desconhecida razão receberam de presente do singular setembro, alguém que surgiu do nada fixou raízes e fez morada no coração.