Da dualidade ao devaneio

É interessante como na vida tudo pode ser resumido a dualidades, ou a mera prosopopeia do cotidiano, indo sempre de encontro ao que escrevemos, falamos ou vivenciamos, não necessariamente nesta ordem. Por isso que tanto faz se você está numa festa ou na universidade e te convocam a se posicionar. Se souber falar, vai do Haiti até Bagdá, senão nem do Pará sai. Estranho né?

Estava a me perguntar por esses dias sobre esses efeitos durante uma mesa de bar. Especialmente depois de ouvir discussões clássicas sobre as belas "paisagens" da Universidade, socialismo x capitalismo, e o conceito de universal em Hegel. Outras novas como falar de desventuras e pessoas incríveis que surgem num devaneio do destino onde o pano de fundo da ventura se revela no simples ressoar de um congresso...

O bacana foi que depois que ouvir esta última pude perceber o quanto é incrível essa capacidade de sonhar. Acreditar e se deixar levar por uma vontade irreversível sem saber qual seria o fim. Muito menos qual foi o seu começo. Afinal, como diz o ditado: "quem está na chuva é pra se molhar".

Estórias que desembarcam nas nuances da mente do cidadão comum, do aventureiro, andarilho e tornam uma vida até então pacata em vários desdobramentos e vivências nunca dante imaginados, mas tentados ser explorados até os limites (se é que algum existe).

É nesses momentos que superamos as dualidades, passando do ser/ não ser, vou/ não vou e caímos nos campos da vivência, do devaneio, da ventura. Adentramos um terreno das indecisões, indefinições por motivos parcos, tolos a quem vê de fora, mas imensamente motivadores aos que estão inseridos. Se vai dar certo ou não surge como mera questão da existência, que nos traz delírios violentos de felicidade alternados com minutos tácitos de cotidianidade, faticidade. O importante do devaneio está justamente no presente, afinal o passado está escrito em colunas, paredes e montanhas. O futuro nunca hei de chegar. Então se sonho que seja agora. Se estarei acordado, aí já é outro estória...

Andarilho das Sombras

Rousseau e o Andarilho
Enviado por Rousseau e o Andarilho em 17/09/2011
Código do texto: T3224240