Boas Festas, Se Puder!
Eu apreciei a conquista do Internacional, Campeão Mundial de Clubes. O time colorado, com raça e estratégia, venceu o melhor do mundo, Ronaldinho Gaúcho entre eles. Esta notícia divide os veículos de comunicação com o aumento “autoconcedido” pelos nossos nobres congressistas. O que tem uma coisa com a outra? Tudo.
No primeiro temos a festa, merecida e justa, fruto de um triunfo, no segundo episódio, mais um capítulo do descaso nacional com o dinheiro público. Vem-me à tona um pensamento de Napoleão: "Os povos precisam de festas brilhantes, pois os tolos gostam do ruído, e as multidões são tolas”. Já reparou o quanto nosso povo, e políticos, e meios de comunicação, apreciam as festas e baladas?
A começar pelo Carnaval, que durante 4 dias, no mínimo, visto haver Micaretas e outra “etas”, que coincidentemente ajudam os “picaretas” a esconder as suas artes inconfessáveis ao público. Nada como uma grande festa, uma apologia à ilusão, para afastar o povo dos escândalos. Não se abafam na lama as mazelas nacionais, os processos são picados e viram confetes que bombardeiam a multidão.
Brasileiro sempre procura um motivo para festejar. Guiados por nossos líderes, perspicazes em criar novos eventos tipo “oba-oba”, tendo a colaboração da mídia, da indústria do álcool e tabaco, embriaga-se a pálida consciência nacional.
Não estamos na antiga Roma, mas a “Política do Pão e Circo” encontrou em países, como o nosso, o mais fértil terreno para prosperar. Nas campanhas eleitorais, corre-se atrás dos interesses pessoais. Não procuramos, nós, enquanto povo, os mais íntegros, dignos e honestos candidatos. Em que o senhor vai me ajudar se for eleito? Esta a questão, com variantes, que guia o voto, vendido, comprometido com a corrupção. No último pleito, o povo, guiado por egoístas interesses, chancelou, em glória, o mandato de carrascos do bem comum. Não cito nomes, pois devo evitar processos contra minha pessoa. São “eles”, os donos da razão, imunes aos ataques da tinta livre. Compram quem estiver à venda, ou intimidam os que não estão com subterfúgios vários, conhecem os “atalhos” e “descaminhos” da lei. Dominam a máquina de fazer votos, aniquilam opositores com a pressão financeira. Desfilam, desenvoltos, pelos meandros do poder, que sendo absoluto, corrompe absolutamente - todos o sabem.
Não se coloca ninguém no “paredão” no Brasil, não oficialmente, pelo menos, aqui, faz-se pior: abre-se um processo contra o homem livre. Existe terror maior do que enfrentar a burocrática máquina estatal? Napoleão anteviu o que aconteceria, se vivesse hoje e testemunhasse os eventos de nossa nação, franziria a testa e declararia: “vede a verdade do que vos afirmo.” A propósito: Feliz Natal e Boas Festas!