DIA DA INDEPENDÊNCIA
DIA DA INDEPENDENCIA
BETO MACHADO - 16/09/11
Dia sete de setembro fui ao lugar onde passei a maior parte da minha juventude. Bairro Santa Inez, Jardim s. Paulo, São Gerônimo, São Geraldo são sub bairros de CAMPO GRANDE que formam um com complexo (no bom sentido) social e geográfico que cimentou meu desenvolvimento enquanto cidadão. Foi um dia maravilhoso.
No passado, naquela região, nas comemorações do DIA DA INDEPENDÊNCIA aconteciam torneios de futebol no campo do SÃO PAULO e a festa de aniversário do PÓ DE BROCA, time de “sóbrios peladeiros”, na casa do SEU JOÃO PIMENTEL, à beira do “poço d’água benta” e debaixo das inúmeras mangueiras do seu quintal. Por sinal, nesse quintal eu e muitos jovens da minha geração aprendemos a compartilhar custos e prazeres. Todo fim de semana tinha a popularíssima “festa americana”, onde os rapazes se encarregavam da bebida e as moças, da comida. E só rolavam dança e paquera. Namoro só fora do portão. Seu João ficava de olho. O sinal de alerta surgia quando ele aparecia com uma toalha no pescoço, nos moldes dos treinadores de bons pugilistas da época. Mas o que imperava mesmo era a alegria.
Alegria com forte emoção foi o que senti ao rever meus amigos de adolescência e juventude neste feriado de sete de setembro. Ao receber o convite do SAULO, jovem empreendedor da região, não imaginei que uma simples reunião de apostadores de cartelas de “AÇÕES ENTRE AMIGOS” fosse resultar num tão agradável reencontro de pessoas que não se viam há muito tempo. Adquiri duas cartelas mas as deixei com minha esposa DOCA, Pois não tenho dom para jogos.
Antes de começar o cantar dos números já rolava um pagode maneiro por conta de uma garotada bem entrosada. Alguns já me conheciam e anunciaram meu nome, pedindo que eu desse uma “canja”. È claro que aceitei. Antes, andei pelas ruas que, há meio século atrás, empoeiraram ou enlamearam meus pés descalços que me levavam a pastorear o gado de meu pai, JOÃO MACHADO, um capixaba de muita luta... Prosseguindo na minha andança abracei JORGE CENOURA, ex colega de trabalho, quem, no passado, promovia eventos carnavalescos na “PRAÇA DO PALHAÇO”; recebi convite do VAVÁ ou TELESCO para a comemoração do seu octogésimo primeiro aniversário, domingo 18/09/11, em sua casa; bati um longo papo com seu ALVINO, o “CINZENTO”, outro octogenário do lugar; tomei uma água mineral no bar do HELI MADUREIRA e me alegrei por saber da recuperação do DININHO,que como eu já foi alcoólatra; zoei o LOLÓ dizendo que tenho certeza que a cachaça não mata senão ele já teria “cantado pra subir”; retornei e o pagode ainda tava redondo. Agora já era uma multidão. A quantidade de pessoas tinha triplicado. SAULO me alertou que eu cantaria no próximo “set”. Sinalizei positivamente e saí pra cumprimentar outros amigos: BAIANO, GALEGO, ZECA, KIKO, CARLINHOS GARFEIRO, LUIS CARLOS GATO, LANDINHO, NEM, JORGE PIMENTEL, DEMAR, LAURINHO, MAURO CAMALEÃO, MANEL BOI, SAUVINHA, ZAZÁ, VITOR e outros que a memória me obriga omitir os nomes. Mas eu senti algumas ausências emblemáticas: meus amigos fraternos JOTA, LEVI, EUNICIO, MANEL BOCA, ADEMIR HULA HULA, TATA, MANEL ORELHA, SABARÁ, NAPOLEÃO, DENGO e, obviamente, o meu irmão SÉRGIO (recém falecido). Mas meu mano, com certeza, estava presente espiritualmente. Mesmo desencarnado ele não perderia um evento daquele. Sei que ele estava lá. Quando o MADUREIRA me pediu pra eu compor um samba em homenagem a ele notei a sua presença.
Os meninos do grupo de pagode me chamaram e eu cantei oito sambas, entre os quais ÁGUA NA FONTE, de minha autoria e de Zé CARLOS VOVÔ, que está no YOU TUBE. Foi delirante ser aplaudido por meu povo, no meu lugar. Parabenizo o jovem SAULO pelo belo e emocionante evento. Que sirva de modelo.