O ENGENHO
- Tempos Inesquecíveis
Uma floresta densa. Na entrada, uma trilha quase em linha reta. De ambos os lados, uma muralha verde de grandes árvores. Lá no alto, barulhos de papagaios, periquitos e macacos que faziam a festa colhendo os frutos selvagens. Quatro garotos caminhavam por aquela trilha, onde se podia ver os caminhos dos tatus e preás e outros bichos; um dos garotos, portava uma espingarda de cartucho, calibre 36, para caça. Mas, não estavam preocupados em caçar, queriam apenas, divertir naquele dia de domingo ensolarado. Quando sentiam fome, colhiam mamão ou banana e algumas canas para matar a sede. Lá no fim da trilha, vislumbrava-se um grande galpão rústico. Pelo ruído das moendas, movidas pelos bois em circulo, dava para imaginar que havia lá, um engenho de cana. Naquela área mais abertas surgia um grande canavial, mesclado de culturas de café,feijão e muitas frutas tropicais, como mamão, manga, banana e abacaxi. Era um verdadeiro vale aprazível.
À medida que iam se aproximando, o ruído tornava-se mais claro; estavam moendo cana. Ao chegar, foram bem recebidos pelos donos. Os operários, alegres, abasteciam o engenho e com a pressão das moendas ia surgindo a garapa, que corria numa bica diretamente para um grande taxo de cobre. O bagaço produzido alimentava a fornalha a qual fervia o caldo que ia sendo mexido com uma colher de pau grande até virar melado.
Como os garotos estavam ansiosos para provar aquela delicia, os donos muito atenciosos, cozinharam batata doce e inhame e lhes serviram com aquele melado.
Na sequencia, o melado era derramado numa gamela comprida de madeira e ali batido com pá de madeira até atingir uma consistência mais sólida, a rapadura. Essa massa, colocada numas formas retangulares de madeira que mais tarde seriam retiradas e colocadas em balaios com folhas de bananeira para não quebrar e transportadas em burros para o mercado mais próximo.
Por ocasião da formação da massa, acontecia uma coisa interessante: poderia se dizer que era um sub- produto da rapadura, o merendeiro; este produto se formava nas extremidades da gamela. Era um verdadeiro “manjar dos deuses” que dava água na boca. Os garotos ganharam, embrulhados em folhas de bananeira, cada um, uma porção do produto.
O por do sol já estava próximo. Felizes pela aventura agro ecológica, regressaram aos seus lares com muita história para contar aos seus familiares.
Nota: Esta história real relembra a juventude do autor e seus irmãos, que sempre aos domingos, saiam para caçar e pescar naquelas fazendas próximas à suas residências na Grande MG.
- Tempos Inesquecíveis
Uma floresta densa. Na entrada, uma trilha quase em linha reta. De ambos os lados, uma muralha verde de grandes árvores. Lá no alto, barulhos de papagaios, periquitos e macacos que faziam a festa colhendo os frutos selvagens. Quatro garotos caminhavam por aquela trilha, onde se podia ver os caminhos dos tatus e preás e outros bichos; um dos garotos, portava uma espingarda de cartucho, calibre 36, para caça. Mas, não estavam preocupados em caçar, queriam apenas, divertir naquele dia de domingo ensolarado. Quando sentiam fome, colhiam mamão ou banana e algumas canas para matar a sede. Lá no fim da trilha, vislumbrava-se um grande galpão rústico. Pelo ruído das moendas, movidas pelos bois em circulo, dava para imaginar que havia lá, um engenho de cana. Naquela área mais abertas surgia um grande canavial, mesclado de culturas de café,feijão e muitas frutas tropicais, como mamão, manga, banana e abacaxi. Era um verdadeiro vale aprazível.
À medida que iam se aproximando, o ruído tornava-se mais claro; estavam moendo cana. Ao chegar, foram bem recebidos pelos donos. Os operários, alegres, abasteciam o engenho e com a pressão das moendas ia surgindo a garapa, que corria numa bica diretamente para um grande taxo de cobre. O bagaço produzido alimentava a fornalha a qual fervia o caldo que ia sendo mexido com uma colher de pau grande até virar melado.
Como os garotos estavam ansiosos para provar aquela delicia, os donos muito atenciosos, cozinharam batata doce e inhame e lhes serviram com aquele melado.
Na sequencia, o melado era derramado numa gamela comprida de madeira e ali batido com pá de madeira até atingir uma consistência mais sólida, a rapadura. Essa massa, colocada numas formas retangulares de madeira que mais tarde seriam retiradas e colocadas em balaios com folhas de bananeira para não quebrar e transportadas em burros para o mercado mais próximo.
Por ocasião da formação da massa, acontecia uma coisa interessante: poderia se dizer que era um sub- produto da rapadura, o merendeiro; este produto se formava nas extremidades da gamela. Era um verdadeiro “manjar dos deuses” que dava água na boca. Os garotos ganharam, embrulhados em folhas de bananeira, cada um, uma porção do produto.
O por do sol já estava próximo. Felizes pela aventura agro ecológica, regressaram aos seus lares com muita história para contar aos seus familiares.
Nota: Esta história real relembra a juventude do autor e seus irmãos, que sempre aos domingos, saiam para caçar e pescar naquelas fazendas próximas à suas residências na Grande MG.