UM BOM LAVRADOR NÃO APRESSA A COLHEITA
As quatro horas da manhã seguia para o roçado.Uma vasilha de jabá e
farinha,um pote e um caneco,além de uma foice,facão na bainha,enxa
da amolada,estrovenga e gadanho,e o café com farinha ao sair.
Antes apiava o seu burrinho de estimação,colocava tudo sobre seu lom
bo com uma oração matinal pedia proteção por mais um dia,que se ini
ciava em sua vida.Galego,como era conhecido pela cercania nunca êxi
tou em dizer não para o seu trabalho,muito pelo contrário estava qua
se todos os dia no batente,chovesse ou fizesse sol.
Afinal era aquilo que sabia fazer aquele pobre homem rude e agreste de
pouca cultura,mas sabendo que com o seu suor,iria vencer até mesmo
puder viver dignamente no lugar onde nasceu.
Plantava,mandioca,feijão,batata,hortaliças e repleto de dedicação rega
va para vê-lo,crescerem com a ação do tempo.Era dessa forma de tra
balho,que ele tinha como terapia os caprichos da natureza.
Galego,chegava em casa a noite bem feliz quando,naquele dia sentia o
avivar da terra irrigada um pouco de sol,ajudando mais uma semente
há brotar em forma de ternura,varando o solo parecendo um alfinete
adentrando em um tecido fino.
E as vezes tão bem precavido ele sempre dizia:Sou um homem um tan
to artinhoso porém aprendi na vida,que um bom lavrador não apressa a
colheita.
José Antonio S. Cruz
Lagoa Redonda - Ba.
15 de setembro 2011.