Pobreza

A cada dia tem sido mais difícil.

Cada vez mais eu tento resolver problemas, os quais já nem sei como os crei.

Foi hoje de manhã que eu te ví passar pela rua, foi fácil não dizer nem ao menos oi.

Estou sem paciência para a sua falta de educação.

Percebe a linha que se criou entre nós?

Ela só tende a nos separar,

a nos deixar menor.

E a cada dia eu me pergunto por que tem sido tão difícil, tornando mais difícil.

Mais perdido.

Mais e mais entrelaçado em seus cabelos.

No seu calor.

Vagando neste ciclo público, onde todos me observam com nojo.

Cada vez mais eu perco tempo.

Se eu disse que fui embora, eu menti.

É nesses dias de solidão, que a paz vai embora.

É preto, no certo.

Sem branco, sem luz.

Foi aquela canção que disse pra eu não ser você, nem eu.

Foi aquela cancão que disse que se eu quisesse cantar, era pra eu cantar.

Um paralelo que eu tracei entre mim mesmo.

Eu estou errado.

Aconteceu por que um dia, eu me perguntei se era dessa vez que eu ia sentir teu corpo nú, meu corpo quente. Sentado numa pedra, num vale, ver o sol sumindo ao seu perfil.

A vida me decepcionou.

Mas eu ainda quero um beijo seu.

Me perdi na rua, estou vagando sem endereço.

Se eu não perguntasse tanto,

talvez teria algo.

Talvez teria você.

Mas sou humilde,

sou um mendigo de alma,

um mendigo de coragem.

E você, por favor, não vá embora.

Eu ainda quero sentar ao seu lado.

Lucas Mezz
Enviado por Lucas Mezz em 15/09/2011
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