COMO SERÁ QUE ELA FUNCIONA
Memória é um assunto que me interessa. Sempre tive boa memória, só de uns tempos para cá é que ela anda rateando um pouco. Mas sobre isto nada sei cientificamente, aliás, quase nada sei de científico. Nem mesmo o nome de tudo o que faz parte do corpo humano, embora ele continue funcionando (bem ou mal) independentemente da minha ignorância. O que me intriga são certas coisas aparentemente sem importância ficarem registradas em nossa memória e outras desaparecerem.
Imagino que o sistema da memória funcione de modo semelhante ao uso que fazemos do vocabulário. Temos o ativo e o passivo. Vocabulário ativo é aquele que usamos a todo instante, palavras corriqueiras e conhecidas afloram com facilidade, nem percebemos o trabalho que a cabeça faz para que elas nos cheguem à mente e saiam pela boca. No entanto, conhecemos outras palavras não usadas habitualmente e ao ouvi-las ou vê-las escritas sabemos o seu significado. Estas fazem parte do vocabulário passivo, estão armazenadas lá no cérebro. Dele também nos servimos para elaborar o nosso discurso, quando nos esforçamos para utilizar a melhor palavra (ou as melhores, mais pertinentes) em determinadas situações. A busca de sinônimos no dicionário, por exemplo, é um estímulo ao vocabulário passivo. Quantas vezes, ao encontrar esse tal sinônimo, não pensamos ‘nossa, como é que eu não me lembrei’?
Do mesmo modo, uma palavra dita por alguém, uma música, uma fotografia, um perfume ou até mesmo uma sensação podem evocar a lembrança de algum acontecimento ou uma situação vivida, dos quais não nos lembrávamos mais. Quer dizer, julgávamos esquecidos, mas estavam guardados lá na memória passiva.
Penso que a memória ativa é aquela que funciona para garantir a nossa sobrevivência.
Recentemente descobri que...
Ai meu santinho, onde será que deixei a chave do carro?....