SANTA WEB, ROGAI POR NÓS !
SANTA WEB, ROGAI POR NÓS!
"Na Pará Motos você faz um consórcio
e disputa só com gente daqui (...)".
Trecho de propaganda em O LIBERAL,
de Belém/PA, de 25 de julho/2011.
"METADE DE BELÉM É ÁREA DE INVASÃO".
(Manchete de capa, in O LIBERAL de 4/set. 2011,
que cita "449 aglomerados urbanos, com 146.359
imóveis" irregulares... alguém contou isso?!)
O tema central desse artigo é, na verdade, os quase 2 MILHÕES de cristãos (ou mais?!) que superlotam as ruas de Belém na procissão do Círio de Nazaré que, aliás, poderia ser vista da Lua, segundo antigo texto meu. Entretanto, o assunto principal tem tantos "ganchos" que nem sei direito por onde começar.
A febre da Internet -- que iniciou faz uns dez anos somente -- trouxe consigo um ambiente totalmente ARTIFICIAL, uma realidade "quase virtual" na qual acredita quem quiser. Nos primeiros dias tivemos a ilusão de que todos ficariam ricos sem mover uma palha para isso e, em seguida, que todo escritor/autor teria milhares de leitores desocupados e imbecis, ávidos para ler as "abobrinhas" que mentes senis produziriam.
Triste destino... dos meus 6 ou 8 blogs, o mais visitado tem pouco mais de 1500 entradas em 3 anos e meio. Considerando que metade disso foram visitas minhas (para postar novos textos ou revisá-los), posso ficar feliz com uns 600 ou 700 leitores. Nada mau para quem tinha por "leitor" só a si mesmo!
A nova mania é ter um "incontável número" de seguidores (?!) como "prova" de popularidade. Sites e blogs se valem de todo tipo de artifício para "inchar" a quantidade de entradas em suas home pages. Amigos virtuais meus, decentes e sérios, já recorrem a "artificialismos" idiotas para alavacarem seus portais culturais. Recente concurso na WEB foi suspenso temporariamente... os demais concorrentes afirmavam que o volume de adeptos de um deles era suspeito. E olha que os prêmios eram insignificantes! Em outro concurso, que dava um carro a quem tivesse mais amigos virtuais, um "expert" em computação provou -- via site PAVABLOG -- que havia evidente manipulação no volume de mensagens enviadas por determinado concorrente.
Mas a WEB virou um lugar santificado (?!) onde até nos concursos de frases ficam proibidas as expressões chulas, palavrões, agressões verbais e difamação. Há excessões, é claro -- um verme brasileiro oculto nos desertos australianos calunia, deturpa textos alheios, manipula reputações como bem entende, com título de mestre (?!) de Capoeira e muita má fé -- e portais como o YOU TUBE e GOOGLE ainda publicam imagens as mais absurdas, fingindo não ver como aquilo vai prejudicar as pessoas nelas expostas. Por isso o FACEBOOK está sendo processado por um pai norueguês cuja filha postou fotos sensuais dela mesma... argumenta o pai que o site de relacionamento COLABOROU para prejudicar a imagem da jovem irresponsável. Vivendo e aprendendo, caros senhores! No meu caso, estou de mãos atadas, sem poder apontar com todos os Fs e Rs o nome dos "artistas" que me prejudicaram nesse Estado, quando precisei recorrer a órgãos públicos.
Agora mesmo me vejo num impasse, nos 2 sites (de literatura e de música) nos quais estou cadastrado: um sonha entrar num super ranking "cultural" e, para isso, incentiva cada inscrito a se unir a 50 outros (como "seguidor") -- numa nova espécie de "corrente", modalidade tão condenada anteriormente -- e o outro site almeja pôr no ridículo ROCK'N RIO uma dupla de cantores, mediante meia dúzia de votos "em carreirinha" de cada um dos mais de 7 MIL sócios do clube. Perdi o respeito pelo Rock'n Rio depois do que fizeram com Erasmo Carlos, salvo engano logo no superevento de estréia.
Carlinhos Brown, "ovacionado" e atomatado , declara que as vaias foram boas (?!) para sua carreira. Uma das divas do poprock mundial andou "dublando" a si mesma, num dos eventos, lá os fãs sofrem horrores para curtir suas Bandas prediletas e, por fim, nos extertores da agonia, o megashow vem com uma "salada mista" de causar indigestão a qualquer rockmaníaco. Só um demente louco por dinheiro vai juntar Ivete Sangalo e Luan Santana aos fãs "irados" de heavy metal ou do hardrock dos anos 70.
Mas, o assunto é, ou era, a megaprocissão de Belém, o "Natal do paraenses", como gosta de afirmar a Imprensa local, sempre pondo a expressão PARAENSE na frente (ou ao lado) de tudo. Até a FÉ agora leva o adjetivo PARAENSE, sustentando os 2 MILHÕES de fiéis que se espremem nas estreitas vielas que partem da velha Catedral da Sé.
Estatísticas são projeções, previsões, mas no Pará nem chega a isso... é "chute" mesmo e, quanto mais alto, mais confiável (?!). Assim, uma reles "bicicleata" de mil e poucas unidades vira, ao sabor dos interesses em jogo, 10, 15 ou 20 MIL participantes. A vigarista (EM) mais bem sucedida do meu bairro -- hoje, honrada dama do "low society" local -- criou por por volta de 1989/90 uma "fundação" de quadrilhas juninas com, pasmem, 132 filiadas. Em nome delas recebia verbas, tecidos, contratos de apresentação. Pesquisando o "livro de ouro" do Estado -- onde maracutaias mil são avalisadas, sem pestanejar -- encontrei 3 ou 4 das várias doações governamentais feitas a ela, para a tal Fundação.
Ampliei os minúsculos trechos, destaquei as verbas lhe doadas, fiz uma centena de cópias xerox que distribuí entre a meia dúzia de quadrilhas reais ligadas a ela, além de colar nos postes e nos pontos de ônibus do bairro. Abandonada pelos Grupos e com contrato fechado para 4 shows em eventos oficiais a "serpente politiqueira" usou sua própria Quadrilha com 3 NOMES DIFERENTES e mudando apenas as fantasias. Em seguida, fundou uma Associação ligada a uma outra, séria, de Belém e tudo continua no melhor dos Mundos. Terra boa é o Pará... aqui os patifes têm vida longa e um bocado de gente decente para apoiá-los. Tempos depois abri uma revista que trazia seu nome num projeto para 200 ou 500 "crianças com esperança" -- com 4 anos de verba expressiva de entidade mundial -- indicada sem dúvida pelos donos da Politica(lha) local.
Afinal, quando vou falar da Procissão do Círio?! Já chego lá... segundo os Jornais, a Capital tem ou teria 2.500.000 de habitantes, não sei se a recente pesquisa do IBGE mudou algo nesse número. Um dos Jornais diz ter 1 MILHÃO de leitores... metade da população adulta da capital, estatísticamente. O mesmo Jornal "admite" que esse total É A SOMA de 30 dias de vendam o que daria TRINTA MIL leitores/dia, isso apenas e somente aos domingos acrescento eu, que fui jornaleiro aqui, entre 1987 e 2003. Assim se faz "estatística" e estatísticas também!
O LIBERAL de 4/setembro pp traz em letras garrafais que "Número de católicos cai 19,02% no Pará" e que Belém hoje é a segunda capital mais evangélica, quase 23% da população, enquanto 6,67% (ou cerca de 105 mil habitantes) se dizem sem religião, além de uns 2% de outras denominações (espíritas, cultos orientais e afros, etc).
A reportagem afirma que... "o Pará deixou de ser o sétimo Estado mais católico do País para se tornar o 17º no ranking nacional" e que "em Belém são cerca de 850 MIL católicos, o equivalente a 60,89%". Durma-se com um "barulho" desses: como pode a procissão comportar 2 MILHÕES de fiéis se toda a população católica da Capital é de pouco mais de 1/3 disso?!
Haja terços e muita oração porque por navios ribeirinhos chegam a Belém para o Círio menos de 100 MIL -- creio que em ônibus interestaduais e municipais nem isso -- e o número de turistas radicados em hotéis e similares pode alcançar uns 8 mil visitantes, mas que sequer participam da procissão. E chegamos ao cerne da questão: enquanto o rebanho católico só faz diminuir, o número oficial (?!) dos que acompanham a Berlinda só faz crescer.
Éde se crer que ex-católicos, hoje evangélicos, tenham uma "recaída" a cada "Natal" e, escondidos de seus Pastores, cumpram a "tradição" ou o costume de acompanhar a Santa. Não se espantem... "aqui o impossível acontece a toda hora", já disse e repetí em diversos escritos meus. A Procissão tem um considerável contingente de "fiéis" que passam a noite "na gandaia" e vão de madrugada, "enxarcados de cerva" agarrar-se aos grossos fios da Corda. Um Bispo paulista "de passagem" por Belém ameaçou, em 2009 salvo engano, usar o teste do bafômetro em boa parte dos homens postados na Corda. Coisas do Pará!
Folclores à parte, já existe tecnologia suficiente para se fazer uma contagem real da multidão que faz do Círio de Nazaré esse impressionante momento de festa religiosa -- mais do que de fé, com ou sem adjetivos -- e uma macrofotografia a partir de um helicóptero postado sobre o Boulevard (com a Av. Pres. Vargas) registraria a Procissão por inteiro, desde a Sé, já que a população postada nas avenidas próximas e na Praça da República é de espectadores e não de fiéis participantes. Alguém se habilita?!
"NATO" AZEVEDO
@MuralEscritores
@natoazevedo