A Saúde de quem cuida da saúde dos outros
Já se escreveu sobre a saúde dos médicos, inclusive sobre o estresse que atinge esta profissão. É bem verdade que há outras que também implicam tensões constantes, até por conta de garantias de sobrevivência em mercados de trabalho cada vez mais competitivos. Detenho-me sobre o profissional médico, por este estar constantemente lidando com dores, sofrimentos, ansiedades, perturbações, incompreensões e a luta pela vida, por esta se encontrar muito próxima da morte. Por mais que o médico seja treinado, tal qual o psicólogo, para se entorpecer diante do ser que está aos seus cuidados e que busca a saúde, vez por outra este profissional estará com sua sensibilidade mais aflorada e pode se perturbar, ficando mais vulnerável ao estresse, à angústia, à depressão, ao alcoolismo e ao seu adoecer.
É comum observar que o médico geralmente resiste em fazer prevenção, em buscar ajuda médica e/ou psicológica, até porque parece que, de forma inconsciente, tenha aprendido a demonstrar ser “forte”, imune às dificuldades físicas e psicológicas. O papel que está atrelado à sua profissão exige que, além de ter segurança em conhecimentos médicos, passe impressão de que está sempre sadio; a doença é algo que existe fora dele e nos outros.
Em alguma revista para médicos já li sobre dicas para eles aprenderem a ter controle sobre suas emoções e se estressarem menos. Será que é possível, apenas seguindo as dicas? Nenhuma se referia ao velho Freud, com a sua grande descoberta – que resiste até hoje e permanecerá – de que não temos controle sobre a maioria de nossas ações. Foi a grande virada na Psicanálise demonstrar que agimos, comumente, por comandos inconscientes. Serão estas forças que, possivelmente, estão por trás dos estresses. Estes estresses não ocorrem subitamente. Há até os que são saudáveis(é outra história). A fisiologia demonstra como o corpo recebe sinais de que algo não vai bem e demonstra que alguma coisa tem que ser feita. É um pedido de socorro que o corpo emite. Às vezes, acostumados a não escutá-lo, deixam prosseguir até o alarme estourar. As consequências são desagradáveis e, o que é pior, como uma pedra que forma círculos ao cair n’água, os reflexos dos círculos que se formam, vão atingindo as pessoas mais próximas.
Talvez o estar atento ao que se passa consigo, a dosagem das atividades no seu trabalho, a busca de um lazer saudável, a prevenção com relação à saúde do corpo, o desejo de buscar ajuda médica, psicológica(escutando seus reais desejos), sem preconceitos e se despojando da imagem de ser sempre “forte” seja um caminho para o médico ter uma vida com menos estresse e mais saúde, para poder, com equilíbrio, cuidar de si, já que é tão importante estar bem para cuidar da saúde dos outros.
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Já se escreveu sobre a saúde dos médicos, inclusive sobre o estresse que atinge esta profissão. É bem verdade que há outras que também implicam tensões constantes, até por conta de garantias de sobrevivência em mercados de trabalho cada vez mais competitivos. Detenho-me sobre o profissional médico, por este estar constantemente lidando com dores, sofrimentos, ansiedades, perturbações, incompreensões e a luta pela vida, por esta se encontrar muito próxima da morte. Por mais que o médico seja treinado, tal qual o psicólogo, para se entorpecer diante do ser que está aos seus cuidados e que busca a saúde, vez por outra este profissional estará com sua sensibilidade mais aflorada e pode se perturbar, ficando mais vulnerável ao estresse, à angústia, à depressão, ao alcoolismo e ao seu adoecer.
É comum observar que o médico geralmente resiste em fazer prevenção, em buscar ajuda médica e/ou psicológica, até porque parece que, de forma inconsciente, tenha aprendido a demonstrar ser “forte”, imune às dificuldades físicas e psicológicas. O papel que está atrelado à sua profissão exige que, além de ter segurança em conhecimentos médicos, passe impressão de que está sempre sadio; a doença é algo que existe fora dele e nos outros.
Em alguma revista para médicos já li sobre dicas para eles aprenderem a ter controle sobre suas emoções e se estressarem menos. Será que é possível, apenas seguindo as dicas? Nenhuma se referia ao velho Freud, com a sua grande descoberta – que resiste até hoje e permanecerá – de que não temos controle sobre a maioria de nossas ações. Foi a grande virada na Psicanálise demonstrar que agimos, comumente, por comandos inconscientes. Serão estas forças que, possivelmente, estão por trás dos estresses. Estes estresses não ocorrem subitamente. Há até os que são saudáveis(é outra história). A fisiologia demonstra como o corpo recebe sinais de que algo não vai bem e demonstra que alguma coisa tem que ser feita. É um pedido de socorro que o corpo emite. Às vezes, acostumados a não escutá-lo, deixam prosseguir até o alarme estourar. As consequências são desagradáveis e, o que é pior, como uma pedra que forma círculos ao cair n’água, os reflexos dos círculos que se formam, vão atingindo as pessoas mais próximas.
Talvez o estar atento ao que se passa consigo, a dosagem das atividades no seu trabalho, a busca de um lazer saudável, a prevenção com relação à saúde do corpo, o desejo de buscar ajuda médica, psicológica(escutando seus reais desejos), sem preconceitos e se despojando da imagem de ser sempre “forte” seja um caminho para o médico ter uma vida com menos estresse e mais saúde, para poder, com equilíbrio, cuidar de si, já que é tão importante estar bem para cuidar da saúde dos outros.
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