Emoções *Esperança*
Emoções
Esperança
"Se brilha, no céu escuro, uma estrela
Desponta, no coração, a esperança."
Myriam Peres
Vejo-me agora com oportunidade de soltar as rédeas dos meus pensamentos, porque escrevendo, me dá alívio e prazer em apresentá-los. Quanto mais eu pensava que sabia tudo, vejo-me agora com a certeza que muito tenho a aprender, muito a tentar aceitar, muita coisa para não me desesperar. A vida, com seus mistérios, suas variações de idéias, seus caminhos, seus descaminhos, permitem que haja uma diversificação de tudo que se possa imaginar
Esperança é um tema muito delicado de se comentar. A própria palavra diz tudo: esperança significa esperar, aquilo que mais desejamos, aquilo que mais precisamos, que mais confiamos que aconteça, esperando o acontecer com fé, com calma e paciência, e isso se realizará a nosso contento e alegria. Esperança é a táboa de salvação dos desesperados, a luz do final do túnel nas dúvidas, o sol nos nossos ideais, a flor no seu desabrochar e maravilhar , a chuva no seu refrescar, a plenitude do nosso pensar, a vida no nosso amar.
Já nascemos com ela. Somos gêmeas no nosso esperar, somos uma só cabeça a pensar, um só coração a se procurar, uma só ilusão a ansiar, uma só amizade a amparar, mas também, uma só tristeza nas horas de nosso penar. Precisamos dela como o ar que respiramos, como o sonho que sonhamos, como o amor que nos completamos, como aquela expectativa que confiamos nesta nossa vida, desde a hora em que aparecemos até a hora da nossa despedida.
Época do Apocalípse, em que tudo ao redor está desmoronando. que ondas gigantes estão nos arrastando, que bestas em tropéis avassaladores nos encurralando, que o medo da destruição se disseminando, o fim do mundo se aproximando e o pavor nos aterrorizando, resta ainda uma esperança, de paz, de acenos de esperas em dias melhores a nos oferecer muito amor, muita emoção entre nós, tranqüilidade em nossos futuros, bonanças em nossos viveres, alegria em nossos prazeres, como recompensa das nossas apreensões e das nossas vicissitudes.
Nas tempestades, em mares escuros, revoltos, embarcação à deriva, fazendo água, em que relâmpagos riscam os céus tenebrosamente, no ribombar dos trovões enfurecidos, corremos a nos ajoelhar e pedir a Deus a calmaria necessária, com muita esperança no apaziguamento de temores e perigos reais e imaginários. E acontece, porque depois de um revolução de águas, de incertezas do nosso rumo, vem sempre a calmaria, o nosso alívio, nossa tranqüilidade a nos abraçar, a nos oferecer esperanças de felicidade e tranqüilidade no nosso rumo.
Esperança na cura de uma moléstia que nos aflige, na volta de um amor que foi embora, nas respostas à dúvidas em problemas familiares, na solução de problemas monetários, nas desavenças no lar, nos desejos guardados, nos amores incontidos, nas esperas ansiosas, nos beijos tão desejados, nos abraços a serem abraçados, ei-la que surge límpida, transparente, ofuscante de tanta magia e esplendor, a nos oferecer esperança nas nossas esperanças, nas nossas esperas, nos nossos desejos, nas nossas janelas.
Esperança é a arma contra a incerteza, é o nosso São Jorge com sua lança a matar dragões de sofrimentos, de tristezas e dissabores. Esperança, enfim, é a certeza dos amanhãs que virão nos presentear, com valores de vidas serenos e dignos de serem vividos.
Que nunca percamos a esperança em nada que nos envolve, que ela nos acompanhe sempre nas nossas jornadas, nos nossos andares, nos nossos caminhos e nossos viveres. Cuidado! Quando a saudade quiser aparecer, tenhamos sempre a esperança a nos defender, porque a temos no nosso saber viver. Lembremos disso: " A esperança está sempre nos abandonando, quando a saudade está se aproximando"...
Maria Myriam Freire Peres
Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2005