Existe uma analogia nos bastidores do mundo masculino, que homens não devem chorar. Na verdade não tenho nada contra os homens que choram, inclusive acho interessante que as pessoas deixem transparecer seus sentimentos mais íntimos, mas a via de regra, homem não chora.
No entanto um amigo de longa data era avesso a demonstrar tais sentimentos através do choro, ou seja, ele vangloriava-se de nunca ter chorado por nada e nem por ninguém, era uma fortaleza, uma rocha intransponível.
Uma vez ele teve uma lesão feia, quando se acidentou, praticamente quebrou a clavícula, você pensa que ele chorou? não ele apenas apertou os olhos, deixou transmitir através de sua expressão o sentimento de dor, mas chorar não, jamais, nunca.
Outra vez um grande amigo dele morreu. Um jovem que se perdeu a vida de maneira trágica em um acidente de trânsito, e mais uma vez ele não chorou. Parou ao lado do caixão, ficou olhando para a morte a sua frente. A tristeza estava expressa em seus olhos, estava estampada em seu rosto, mas chorar não, ele ficou intacto.
Eu sinceramente falando já chorei algumas vezes, quer dizer ao avesso daquilo que prega o mandamento dos machos, eu não me envergonho de dizer que já chorei várias vezes. Quando os Mamonas Assassinas morreram de maneira trágica eu chorei. Quando minha vovozinha faleceu, eu chorei, e quando o Grêmio perdeu a libertadores pro Boca Junior, eu chorei, isso deve ser porque eu sou de uma outra estirpe de classificação, que falarei em outra oportunidade, onde existe machos, homens, e galos cinzas, e eu estou nesta última galeria de classificação.
Voltando ao meu amigo intransponível; a historia dele seguiu ao longo do tempo sem que uma lágrima sequer corresse pelas suas faces, mas um dia, por uma única coisa ele mudou. Coisa esta que não poderia ser outra senão uma mulher.
Tudo aconteceu quando ele foi passar as férias na casa de uma tia. Por uma ironia do destino ele se apaixonou loucamente pela prima. Não que isso fosse difícil, pois a prima deste meu amigo era tudo que um homem procura numa mulher. Lindamente linda, inteligentemente inteligente, e sedutoramente sedutora. Ela também se apaixonou por ele, e pela eternidade quinze dias eles viveram uma linda e carnal historia de amor. Mas um dia como já era de se prever a tia dele descobriu. Foi um escândalo e ele foi enxotado, e na sua volta o encontrei em um bar na cidade. Ele me contou a historia toda, mas quando ele acabou vi que estava sofrendo, e por incrível que pareça vi uma lagrima correr-lhe o rosto, e então notei que se fosse mais profundo poderia alcançar algo inédito, fazê-lo chorar. Então segui falando de maneira melosa, aquela coisa sentimental, e ele caiu no choro. Naquele dia entendi que um homem de verdade não chora, a não ser que o motivo deste choro seja uma mulher, afinal para toda a regra existe uma exceção, e no caso do livro de regras do machismo, as mulheres são sempre a exceção.
No entanto um amigo de longa data era avesso a demonstrar tais sentimentos através do choro, ou seja, ele vangloriava-se de nunca ter chorado por nada e nem por ninguém, era uma fortaleza, uma rocha intransponível.
Uma vez ele teve uma lesão feia, quando se acidentou, praticamente quebrou a clavícula, você pensa que ele chorou? não ele apenas apertou os olhos, deixou transmitir através de sua expressão o sentimento de dor, mas chorar não, jamais, nunca.
Outra vez um grande amigo dele morreu. Um jovem que se perdeu a vida de maneira trágica em um acidente de trânsito, e mais uma vez ele não chorou. Parou ao lado do caixão, ficou olhando para a morte a sua frente. A tristeza estava expressa em seus olhos, estava estampada em seu rosto, mas chorar não, ele ficou intacto.
Eu sinceramente falando já chorei algumas vezes, quer dizer ao avesso daquilo que prega o mandamento dos machos, eu não me envergonho de dizer que já chorei várias vezes. Quando os Mamonas Assassinas morreram de maneira trágica eu chorei. Quando minha vovozinha faleceu, eu chorei, e quando o Grêmio perdeu a libertadores pro Boca Junior, eu chorei, isso deve ser porque eu sou de uma outra estirpe de classificação, que falarei em outra oportunidade, onde existe machos, homens, e galos cinzas, e eu estou nesta última galeria de classificação.
Voltando ao meu amigo intransponível; a historia dele seguiu ao longo do tempo sem que uma lágrima sequer corresse pelas suas faces, mas um dia, por uma única coisa ele mudou. Coisa esta que não poderia ser outra senão uma mulher.
Tudo aconteceu quando ele foi passar as férias na casa de uma tia. Por uma ironia do destino ele se apaixonou loucamente pela prima. Não que isso fosse difícil, pois a prima deste meu amigo era tudo que um homem procura numa mulher. Lindamente linda, inteligentemente inteligente, e sedutoramente sedutora. Ela também se apaixonou por ele, e pela eternidade quinze dias eles viveram uma linda e carnal historia de amor. Mas um dia como já era de se prever a tia dele descobriu. Foi um escândalo e ele foi enxotado, e na sua volta o encontrei em um bar na cidade. Ele me contou a historia toda, mas quando ele acabou vi que estava sofrendo, e por incrível que pareça vi uma lagrima correr-lhe o rosto, e então notei que se fosse mais profundo poderia alcançar algo inédito, fazê-lo chorar. Então segui falando de maneira melosa, aquela coisa sentimental, e ele caiu no choro. Naquele dia entendi que um homem de verdade não chora, a não ser que o motivo deste choro seja uma mulher, afinal para toda a regra existe uma exceção, e no caso do livro de regras do machismo, as mulheres são sempre a exceção.