Onze de Setembro

Onze de setembro se aproxima, para a maioria das pessoas é só mais um dia, um domingo, dia de encontros, dia de ócio, dia de lazer.

Dez anos se passaram e para milhares de pessoas, esta data deixou uma marca, uma cicatriz, uma saudade ou se fez o fim.

Retrocedo no tempo, me vejo sentada a frente da TV, a programação é interrompida, o noticiário entra com uma cena, é chocante, parece um filme, um enredo jamais imaginado pelos melhores roteiristas de Hollywood, meu coração dispara, incrédula, não julgo ser real. A nuvem de fumaça projeta uma atmosfera sombria, de dor, de lamento, pessoas se atiram pela janela para fugir do fogo. Os relatos são tristes, mas também mostram cenas de solidariedade. Telespectadora “segura” num hemisfério contrário, só tinha a lamentar, a vasculhar a insanidade humana. Uma guerra de poder, de nações e lideres, onde o interesse econômico sobrepõe o valor da vida.

Penso que este ataque foi pior que o de Pearl Harbor, talvez pela sensação de ver o atentado acontecendo em tempo real e o sofrimento de pessoas inocentes, implorando ajuda diante de nossa constrangedora impotência. Ou talvez porque achava que fatos hediondos da história tinham sido superados e deixados no passado.

Não importa se passo excesso de ignorância, o mundo vive em guerra, de inocência, a violência já é corriqueira, e que minhas palavras se mostrem piegas, mas se perco a esperança na humanidade, como vivo, como acordo todas as manhãs? Como educo meus dois filhos, futuros cidadãos deste mundo?

Onze de setembro foi o dia em que o terror venceu, um marco triste na história, entre tantos outros e uma comoção dilaceradora para quem de diferentes formas foi vítima. Um dia que mudou o mundo, mas acredito em dias melhores.

Lilia Costa
Enviado por Lilia Costa em 08/09/2011
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