NOSSA INDEPENDÊNCIA... É MESMO DE MORTE!


     Qualquer dicionário que se preze vai dizer que “independência” é o estado de não se achar sob domínio ou influência estranha. É ter autonomia, caráter de independente. Vai dizer também que “independente” é quem goza de independência, quem é livre, autônomo. Então vamos ver: O Brasil é independente? Não se acha sob domínio de ninguém? Não sofre nenhuma influência “estranha”? Me engana que eu gosto!
     Por falar em “me engana”, a enganação começou na cena da independência. Não teve grito, não teve aquela cavalaria toda, nem 10% do que foi pintado no tal quadro. Todo mundo sabe que artista fantasia. O quadro “Independência ou Morte” foi pintado por Pedro Américo de Figueiredo e Melo, um paraibano que além de pintor, era também escritor, romancista e poeta. Precisa dizer mais? Como quase tudo nesse país o quadro foi “maquiado” e recebeu um figurino de fazer inveja. E assim a nossa pseudo-independência teve um final feliz e glorioso para a história.
     Mas a independência que não nos foi contada (porque não ficaria bonito para a história) nos remete a um “arranjo político” (disso brasileiro “manja”) que interessava a elite da época e culminou com a transferência da Família Real para o Rio de Janeiro. Esse fato e mais uma série de benefícios “cuidadosamente negociados” fizeram a nossa “independência” e para que ela fosse reconhecida, o Brasil concordou em pagar uma dívida de Portugal com a Inglaterra e aí teve início a nossa dívida externa. Ou seja, começamos a ser “dependentes” da maior potência capitalista daquela época. Trocamos “seis por meia dúzia”, pois da dominação colonial portuguesa, passamos a ser dominados pela Inglaterra e posteriormente pelos Estados Unidos.
     E assim foram sendo transferidas nossas riquezas, as multinacionais foram aqui se instalando e com a anuência de nossos governantes, nos tornamos cada dia mais subordinados aos grandes centros do capitalismo.
     Quem quiser sair às ruas e comemorar a independência, que comemore! Mas não venha dizer que é a do Brasil, pois essa é mesmo de morte! (ou seja, de morrer de rir...).


By Angela Ramalho
Imagem Google
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