O SAPATO DO PAPAI

É marron o sapato do papai.Assim guilherminho,dizia para o seu colega

de brincadeira,como se fosse um verdadeiro adulto que sabe decifrar com

bastante precisão qualquer cor ou quase todos os tipos de objetos.Porém

o que mais impressionava era a maneira convicta como ele falava do refe

rido sapato marron do seu papai.

Parecia que era um sapateiro diante do seu ofício,pois de fato até o tipo

de couro e solado guilherminho sabia,e a quem diga que não era só aque

le sapato do seu papai,não!O garoto não pudia ver um sapato,velho e no

vo que logo,pusera a colocar nos pés,mesmo sabendo que era bem maior

ou menor que a numeração do seu calçado.

Pois,bem:Guilherminho foi crescendo mas a velha mania não deixava nem

que a sua frente estivesse qualquer outro tipo,de objeto,para ele o mais

engraçado era admirar sapatos.Um belo dia disseram a seu Ambrósio, de

forma crítica e um tanto quanto sem graça a seguinte frase:Vejo o futu

ro desse garoto um sapateiro meia sola.Meia sola!Por que diz isso com o

meu filho?Pois bem não é pelo simples fato dele gostar de sapatos que

ele venha ser um sapateiro meia sola,como você pronunciou,ele ainda é

bastante jovem e tem a sua opção a se definir muito em breve.

Afinal fazer sapatos também é uma profissão digna como qualquer outra

profissão,e se estamos calçados,por alguém foi feito nossos sapatos, só

não posso entender o que tem haver ter apreço por sapatos,ser um péssi

mo sapateiro,nosso sapato é uma necessidade que depende de dinheiro e

do trabalho de bons sapateiros.

Talvez você ignore o valor que o sapato tem por ter o hábito de andar

quase que constantemente descalço,enquanto Guilherminho quase sem

definição das coisas por ainda ser muito moço,com certeza proteje seus

pés com bastante precisão:Afinal para que serve os sapatos não è para

serem calçados?Então por que quando se pode não escoher um belo sapa

to e usar?Por isso Guilherminho está sempre a falar - papai sempre me

ensinou que descalço não dar para ficar,e o sapato do papai eu sempre

fico a admirar-lo,pelo brilho que ele tem,mesmo com alguns meses de

uso não existe rasura,nem buraco no solado,seu interno bem cuidado e

papai as vezes meio cansado,mas não deixa de limpar até na hora que

vai guardar.E ele sempre diz o meu dilema:É conservar e preservar pois

só assim poderei calça-lo a hora que mais me convier.

JOSÉ ANTONIO S. CRUZ

Salvador-Ba,07/09/2011.

JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ
Enviado por JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ em 07/09/2011
Código do texto: T3206750
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