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O frágil amor à pátria

É muito mais frágil este amor dedicado ao Brasil,
como o próprio dia 7 de setembro é ao quedar-se diante
de um chuvisco, cancelando preparativos de dias e
expectativas não de pessoas acostumadas aos ventos
contrários neste país do faz de contas, mas àqueles
que ainda vêem diante de si a fantasia de um grande país, virtudes que aliás, cedo ou tarde compreenderão que o país seu e de seus pais não possui, e sem delongas incutem a seus corações que nunca terá.
A bem da verdade, frustrante não é abdicar de um amor por não ter a quem dedicar, mas é abdicar de um amor por não ter alguém digno pra receber, não é um pensamento radical, pois quando compartilhado com milhões de desesperançados é um paradigma social e coletivo deixado na face triste dos que não relutam em dizer, como João de Almeida Neto, ao declamar o poema “Meu País”... ”Pode ser o pais de qualquer um...
Mas não é com certeza o meu país...”
O que é um país senão o seu povo, e é exatamente isto que não se compreende no brasileiro, que submisso vive e revive o seu calvário a mercê, de políticos corruptos sem ter a coragem de indignar-se e nem tentar vivenciar uma liberdade em que possa ser o Senhor, ou um prato de comida que não venha com o carimbo escravizante de quem se impostou no governo e procura se perpetuar ali, com paliativos de aplacamento a miséria.
Não resistiria um amor à pátria e muito menos uma alegria coletiva, ao se saber que o crivo de tudo que se faz passa por mãos de duvidosa conduta.
Como exercitar a democracia através de um condicionante tão nobre que é o amor a pátria quando se vê um impostômetro no centro da capital paulista, disparando números calamitosos a cada segundo, onerando o já pobre e desgastado salário do cidadão,
nos parece que não haveria espaço senão para preocupação e mais acentuada ainda quando ali mesmo a juventude é carcomida pelas drogas na cracolândia, vegetando nas sarjetas de um país sem lei. 
Talvez se fosse o 7 de setembro uma página em branco na historia do Brasil, como é o 31 de Março, muitos lutariam muito mais pelo seu chão, porque parece que o comodismo tem uma data definitiva para dizer de sua liberdade, como se esta não fosse uma conquista de cada dia. 
A voz da consciência que dita por onde deve ser conquistado o bem estar coletivo, e a fé de que os tempos passarão, e sempre restará a pátria, carente de almas com coragem o bastante para entregar o seu amor, e fiscalizar para que ele seja um baluarte da paz e
da dignidade, sobrepondo interesses particulares.
Finalizo na certeza de que cada brasileiro hoje, teria não um, mas muitos motivos para não dedicar de forma verdadeira o seu amor ao Brasil.

Malgaxe

 
 
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 07/09/2011
Reeditado em 07/09/2011
Código do texto: T3205487
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