O RESGATE DE ALMAS

O RESGATE DE ALMAS

Na garimpagem de nomes de meus antepassados, há cada ascendente que eu resgato é como se eu estivesse encontrado uma pepita de ouro, esmeralda, safira, diamante e brilhante. É como nossas almas se encontrassem e se abraçassem em ternura e amor, e também os nossos corações transcendessem barreiras e juntos vibrássemos no mesmo diapasão e sentíssemos as mesmas emoções, desejos, sentimentos, alegrias, vibrações, prazeres, contentamento e satisfação do reencontro. Ás vezes eu me pergunto o porquê dessa obsessão tão grande na busca incessante de meus ancestrais? Esse esforço sem limite? Esse desejo sem fim? Essa vontade incansável? Esse amor sem igual? E no íntimo bem profundo só posso encontrar uma resposta são os laços da alma e do amor fraterno, os quais são perenes, está aí então, o segredo de tudo: na imortalidade da alma, que transcende barreiras e vive eternamente em paz, harmonia e concórdia, porque no plano espiritual não existe passado, mas, sim etapas, as quais nós tivemos que cumpri-las e quando vivemos sob égide e às bênçãos do Criador, jamais morreremos eis então a razão, dos laços indissolúveis, que nos prendem aos nossos ancestrais por toda a eternidade, criando esse vínculo de gratidão, reconhecimento, consideração, apreço, respeito, amizade, carinho e amor, que se perpetua por vindas e idas das almas na longa caminhada da nossa evolução rumo à casa do Senhor, que é também o nosso Pai comum. Materialmente falando é a força do sangue que fala mais forte, que une, atrai, congrega, fortalece, solidifica e revigora.

Meus irmãos em verdade eu vos falo, a nossa alma expressa sentimentos dos mais puros, singelos e sábios, porque ela está intimamente ligada ao nosso Pai eterno, que resplandece sabedoria, que é único e verdadeiro e que rege toda essa imensidão com sabedoria, força e beleza, com paz, harmonia e concórdia, com amor, carinho e afeto e com imparcialidade, lealdade e justiça.

Confesso que quando deslumbro o nome de meus ancestrais, até mesmo os quais nunca os vi nesta vida a minha alma não sabe se chora ou se ri de tanto contentamento, o meu coração bate em disparada de tanta emoção, minha alegria transcende barreiras, sinto-me como criança outra vez, caio em prantos, preciso de colo e delírio acordado um sonho: quando será que o homem irá inventar uma máquina para medir as emoções, as satisfações, os prazeres do espírito e os sentimentos mais profundos que não pertencem a este plano.

O verdadeiro amor derivado do amor do Senhor obra milagres atravessa barreiras, cura as chagas, preserva a fé, estimula a esperança, incentiva a caridade, consolida a paz, cresce a harmonia, estabelece a concórdia, trás segurança e frutifica o bem.

Deus em sua plenitude criou o homem a sua imagem e semelhança dotou-o de inteligência e deu-lhe o livre arbítrio para que ele pudesse fazer o melhor ao seu semelhante, amasse e fosse amado, perdoasse e fosse perdoado, desse e recebesse e vivesse em família à luz da sabedoria e sob sua égide sem mágoas, sem ódio e sem constrangimento, na busca incessante da paz, que é desejada por todos os homens de bem, os quais amam seu irmão como a si próprio e os respeitam com todas as forças de seu coração e trazem em sua alma os mais profundos sentimentos de bem servir e construir um amor sólido e duradouro, que seja verdadeiro, eterno e ultrapasse barreiras.

Na vida eu aprendi que nunca é tarde para quem quer realizar alguma coisa, porém acredito se eu tivesse tido esta idéia mais cedo tranquilamente seria mais fácil de resgatar dados importantíssimos sobre a nossa família como também um aprofundamento maior na árvore genealógica, ou seja, um resgate de troncos mais velhos formadores das ramificações desta belíssima árvore, contudo eu penso que a satisfação não está apenas na realização final, mas também no esforço para realizar.

Hoje, como eu sinto falta de meus ascendentes, que eram como verdadeiras enciclopédias, as quais se perderam no espaço e no tempo, como se fossem livros devorados pelo fogo, com as suas mortes perdemos a sua sabedoria, o seu convívio salutar, a sua experiência, até mesmo os seus nomes nós apagamos de nossa memória e assim perdemos parte da nossa própria história e de nossa riqueza maior. Nós que somos mortais não podemos pensar que viveremos eternamente no plano material, por esta razão, é de bom alvitre que registremos as nossas passagens por aqui. Devemos lembrar que temos metas a cumprir e que estas passagens muitas vezes são curtas e únicas, sendo, portanto aconselhável fazer o melhor que puder. Devemos construir em nosso lar uma fortaleza do altar do Senhor e uma oficina de trabalho permanente, porque assim nunca estaremos ociosos para pensarmos em coisa ruim, tem um velho adágio popular que diz: mente ociosa, oficina do diabo.

Ai que saudade que tenho de meus parentes, os quais já partiram para outras dimensões na busca da evolução espiritual, dos dias vividos juntos ao lado de papai, mamãe, Ceci, Padrinho, tio Marciano, tia Antônia, tia Maroca, tia Ninosa, Bi Hilda, Marlene, Airton, Dodô, Madalena.

Acredito não existir frase melhor para encerrar esta mensagem do que o pensamento de Pianco – Índio da tribo Ashaminkas da parte ocidental do Acre, quando disse: “O povo que não tem a sua história escrita, quando um velho morre, é como se queimasse uma biblioteca inteirinha.”

ChicoMesquita
Enviado por ChicoMesquita em 07/09/2011
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