MARINA

Aos oito anos de idade caminhava à tardinha acompanhado de alguém, que não me recordo ao certo, que me levava para visitar um parente que morava em um condomínio de casas populares que hoje situa-se próximo ao estádio de futebol em Areia Branca.

Para chegar ao meu destino, necessariamente tínhamos que passar por ruas aonde haviam casas de mulheres da vida, no setor do baixo meretrício.

Dentre essas mulheres, havia uma que se chamava “Marina”.

Nesse dia, Marina estava sentada na calçada de sua casa, juntamente com outras colegas de profissão e ao me ver passar, provavelmente levada pelo instinto materno, chamou-me e fui ao seu encontro. Perguntou-me o nome, acariciou os meus cabelos e me pôs em seu colo, com as intenções mais puras, que jorravam daquele coração feminino.

Liberado dos afagos de Marina, continuei a caminhada até a casa de Expedito, meu primo, aonde fiquei até próximo ao anoitecer.

Algum conhecido que passara pela rua no momento em que estava no colo de Marina, não tardou a enredar a minha mãe, de que havia me visto agarrado com uma rapariga no baixo meretrício.

Quando cheguei em casa, o alvoroço estava feito: “Como? Uma criança daquela idade já agarrado com uma mulher da vida!”. Por sorte o meu acompanhante que presenciara tudo, pode esclarecer o acontecido.

Mas foi assim, que aos oito anos de idade, conheci Marina, a minha primeira rapariga.

Chico Alves dMaria
Enviado por Chico Alves dMaria em 07/09/2011
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