A educação dos murunduns
A educação dos murunduns
Temos visto pelos jornais, o quanto a instalação de câmeras de segurança tem ajudado a polícia a desvendar crimes e melhorar a qualidade de vida nos bairros, prevenir assaltos e observar o trânsito. Nas grandes cidades, as câmeras estão espalhadas em locais estratégicos, no alto dos prédios e passagens de trânsito. Dizem que o custo não é tão alto, em razão da segurança e dos resultados com a medida. Acho que já estamos merecendo algo assim, modernidade também nas nossas ruas. Ruas que, aliás, aos poucos vão deixando de ser não largas, mas planas, em nossa cidade. A última aberração são os murunduns de asfalto que colocaram nos quatro cantos da praça e que dizem, são faixas elevadas de pedestre. Aliás, as placas quase nem são notadas, e se esqueceram de avisar ao pedestre que elas se destinam a isso. Não seria mais educativo as faixas pintadas que a gente vê no Brasil inteiro e com as quais o pedestre logo se identifica? Já não bastam os murunduns que são usados como quebra molas, que a cada dia se multiplicam pelas nossas ruas, em lugares que a gente nem entende o porquê, uma vez que nem há tanto trânsito assim? Essa é uma medida retrógada, que já foi inclusive proibida por lei e que, no entanto, muitas prefeituras ignoram. Eu as vejo como sinal de atraso. Mas em todo caso, vá lá, tem a desculpa dos acidentes, dos abusos com motos, de pegas dessa rapaziada sem juízo, principalmente nas altas horas da noite. Mas essa obra prima de arquitetura na praça da matriz eu não perdoo. Quero as minhas ruas planas de volta. Com faixas, pintadas, bonitas, reluzentes, como a nossa cidade merece. E a educação no trânsito, panfletada, conduzida, orientada, a começar pelas escolas, levando as crianças para servir de exemplo. Em cidades onde a população não tem acesso à educação e à cultura para o seu desenvolvimento , corre-se o risco de ter que se educar assim: através de multas e murunduns.