A VIAGEM
Quero fazer uma viagem à moda antiga, sem lenço e documento, não tão radical assim, um cartão de crédito camuflado e pelo menos um documento, pois ainda não estou tão doido de pedra. A viagem é pelo interior do Brasil à procura do meu interior. Vou subir o mapa do Brasil em direção ao norte descendo o Rio São Francisco da nascente para o seu Delta.
Quando der, vou pelo rio, quando não, vou seguindo pelos trilhos e veredas que seguem paralelos ao seu traçado, conhecendo seu povo ribeirinho.
Quero sentir se o rio que nasce em Minas é o mesmo que deságua no Atlântico, quero sentir a transição dos sotaques das línguas, das tradições, das cores, da fauna, da flora ao longo do seu leito. Veio condutor das histórias do Brasil. Nosso “Velho Chico”.
O São Francisco nasce em Minas Gerais, atravessa a Bahia e ao norte divide este estado com o Pernambuco e depois divide os estados Sergipe e Alagoas, por fim deságua no Atlântico, logo um rio genuinamente brasileiro de 2.800 km. Conhecendo estas regiões e suas nuances não deixa de ser uma viagem ao meu interior a procura das raízes que me fixam e me moldam.