A HIPOCRISIA NÃO É UMA TEORIA - É UM FATO.
A HIPOCRISIA NÃO É UMA TEORIA - É UM FATO!
É bem verdade que vivemos numa floresta densa de teorias e, como toda a teoria é uma suposta verdade, temos que ter toda a cautela quando afirmarmos alguma coisa, porque estamos sujeito a uma nova teoria.
Isso é só para dar entrada nesta crônica, porque, na verdade, eu hoje quero falar dos hipócritas.
E como abunda essa espécie!
Nessa floresta em que o homem vive e que eu falei acima, está infestada de um animal perigoso, um animal racional mal chamado de “ser humano”.
Um animal essencialmente hipócrita, pois como disse acima, a hipocrisia não é uma teoria, é um fato.
E que fato!
A hipocrisia é uma doença humana e social, portanto, dos hipócritas, todos os cuidados serão necessários.
Entre todos os animais, assim como os conhecemos, o mais perigoso e o animal racional mal chamado de “homem”.
Pois já dizia Friedrich W. Nietzsche, o homem é um animal doente.
Dele, tudo se espera.
Dizia-nos um professor de Ética, o sempre lembrado Dr. Rudolfo Rolland Kauffer que, é mais fácil uma convivência com bandidos do que com os hipócritas, pois dos marginais sabemos qual o seu “modus operandi”, e dos hipócritas nunca saberemos qual o seu ardil ou o meio astucioso que irão recorrer para nos fazer o mal.
A hipocrisia é uma doença da humanidade, é a doença que finge ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não tem.
Pelo que se tem observado, é espantoso ter que admitir ou suspeitar que, o ser humano já nasce hipócrita, pois há dois mil anos Jesus já tinha se deparado com eles, e tanto fizeram que o condenaram à morte, a mais horrível que se tem conhecimento.
Tanto do Latim como do Grego o significado é o mesmo, ou seja, representar ou fingir.
É lamentável que o ser humano já nasça com uma máscara, a “persona” e, como é de se esperar, nunca se sabe na realidade quem está por trás dessa máscara.
Estamos inseridos numa sociedade que se diz civilizada, instruída, moderna e até mesmo culta, e não sabemos quem está ao nosso lado.
O cientista cognitivo Keith Stanovich dizia que, as únicas pessoas que não são hipócritas, são a minúscula e talvez não existente minoria.
Dizia ainda o citado cientista que, os hipócritas, são na verdade a classe mais nobre das pessoas.
Aqui se o cientista me permitir, eu acrescento os “políticos”, pois pelo que temos presenciado até os dias de hoje, a hipocrisia é um “status quo” do homem público moderno.
O fenômeno da hipocrisia tem múltiplas origens, mas uma delas me parece especialmente relevante.
É que um povo como um indivíduo, pode viver da dissimulação até um certo ponto.
Ultrapassando o limite de risco, ela se torna um desvio de caráter, fazendo com que a pessoa não enxergue mais as coisas como realmente são.
Nesse momento se cria como que uma Ética invertida, como defesa automática contra toda a verdade em qualquer de suas formas.
Numa crônica anterior eu falei sobre: “Que paraíso é esse que tem serpentes?” - porque naquela época eu havia sido mordido por uma delas, diante desse fato que aqui em Imaruí é muito normal e corriqueiro, eu esqueci de mencionar o lobo. (o homem)
Esse animal hipócrita que por aqui abunda e, por uma conseqüência, é muito mais perigoso que a serpente.
Dele, nós forçosamente temos que nos cuidar.
A víbora só ataca quando é ameaçada, mas o lobo é totalmente ao contrário.
É ardiloso, dissimulado, te serra por baixo em silêncio e se apresenta como teu amigo.
É uma verdadeira hiena, ri para ti com a boca cheia de excremento, sabidamente é um hipócrita em potencial, um Lúcifer com correntinha, medalha, escapulário e crucifixo no peito e pescoço.
Vá de retro satanás!
Afasta-te filho do maligno!
Para encerrar esta crônica árida e antipática, mas muito verdadeira, eu quero fazer a seguinte menção:
O Novo Testamento do Cristianismo refere-se especificamente aos hipócritas em vários lugares, em especial quando representando de maneira caricatural a seita dos Fariseus, como por exemplo, o Evangelho de Mateus capítulo 23, parágrafos 13 - 15:
“Mas ai de vós, escribas e Fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Ai de vós, escribas, Fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob o pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e Fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazes filho do inferno duas vezes mais do que vós.”
Um exemplo clássico de ato hipócrita:
É denunciar alguém por realizar alguma ação, enquanto que o denunciante realiza a mesma ação.
Tenho dito!