DECEPÇÃO DE AMIGO... Porque conselho bom se dá.
Por Carlos Sena
Amigo decepciona. Nós, na condição de amigos, decepcionamos também. O ser humano é assim, mas mesmo sabendo disto decepção de amigo dói. O princípio da decepção é a expectativa que desenvolvemos acerca do que nossos amigos representam para cada um de nós. Decepção de amigos, em alguns casos, é maior e dói mais do que decepção de família. Família a gente não escolhe, já recebe o pacote feito. Amigo a gente escolhe e o princípio dessa escolha é a confiança, é a sintonia entre maneiras de pensar agir e sentir.
Entre as decepções de amigos, umas são mal entendidas e não podem ser levadas com rigor. Contudo, parece que as que mais provocam contrariedade são aquelas em que as relações afetivas são invadidas pelo amigo. Casos de namoro, casamento, etc., em que rola uma paixão, não raro é decepção certa. São situações difíceis de serem administradas, pois é um lado da vida de cada pessoa (a intimidade) que ninguém gosta de ser invadido, principalmente por um amigo a quem se depositou toda confiança.
Nesses casos, dificilmente se recompõe a relação. Há uma tendência para sobrar respingos para todos os atores envolvidos, mesmo se algum deles não tiver culpa direta. Pelo sim, pelo não, melhor separar. Mas a decisão é daquele que se julgar mais vitimado no processo, principalmente se ele tiver perdido o “amor” para o amigo. Depreende-se daí uma dupla decepção: a do amigo e a do amor. Administrar isto incorre em muito sofrimento e a autoestima geralmente fica no chão. Mas sabendo que o mundo não para, a vida segue seu rumo ignorando nossos sofrimentos particulares e gerais. Talvez nós saibamos pouco da vida e dos seus processos, pois nem sempre o que Deus põe o homem dispõe, mas a vida é mágica e isto nos conforta pela certeza de que tudo tem um preço e não podemos deixar de nos apaixonar pela possibilidade de sofrer.
Decepção de amigo dói. Mas talvez valha a pena o exercício da perda afetiva, se é que podemos dizer assim. Afinal, quando Deus fecha uma janela abre uma porta e é bom acreditar que seja assim, pois a vida é meio roda gigante: uma hora a gente está lá de cima vendo tudo, outras, lá embaixo sem poder sequer olhar para cima. A gente troca de casa, troca de celular, troca de carro, etc., pelos vários motivos inclusive porque venceu o prazo de validade. Nas relações, há amigos que têm prazo de validade determinado, mas a gente nem sempre alcança. Diferente de alguns outros verdadeiros amigos que a gente sabe que um dia o prazo de validade da vida terminará, mas Deus certamente nos prouver de uma “garantia estendida” como prêmio. Vamos pra frente que atrás sempre vem gente. A fila anda e “figurinha repetida não completa álbum”, com muito humor e crença na magia da vida.
Por Carlos Sena
Amigo decepciona. Nós, na condição de amigos, decepcionamos também. O ser humano é assim, mas mesmo sabendo disto decepção de amigo dói. O princípio da decepção é a expectativa que desenvolvemos acerca do que nossos amigos representam para cada um de nós. Decepção de amigos, em alguns casos, é maior e dói mais do que decepção de família. Família a gente não escolhe, já recebe o pacote feito. Amigo a gente escolhe e o princípio dessa escolha é a confiança, é a sintonia entre maneiras de pensar agir e sentir.
Entre as decepções de amigos, umas são mal entendidas e não podem ser levadas com rigor. Contudo, parece que as que mais provocam contrariedade são aquelas em que as relações afetivas são invadidas pelo amigo. Casos de namoro, casamento, etc., em que rola uma paixão, não raro é decepção certa. São situações difíceis de serem administradas, pois é um lado da vida de cada pessoa (a intimidade) que ninguém gosta de ser invadido, principalmente por um amigo a quem se depositou toda confiança.
Nesses casos, dificilmente se recompõe a relação. Há uma tendência para sobrar respingos para todos os atores envolvidos, mesmo se algum deles não tiver culpa direta. Pelo sim, pelo não, melhor separar. Mas a decisão é daquele que se julgar mais vitimado no processo, principalmente se ele tiver perdido o “amor” para o amigo. Depreende-se daí uma dupla decepção: a do amigo e a do amor. Administrar isto incorre em muito sofrimento e a autoestima geralmente fica no chão. Mas sabendo que o mundo não para, a vida segue seu rumo ignorando nossos sofrimentos particulares e gerais. Talvez nós saibamos pouco da vida e dos seus processos, pois nem sempre o que Deus põe o homem dispõe, mas a vida é mágica e isto nos conforta pela certeza de que tudo tem um preço e não podemos deixar de nos apaixonar pela possibilidade de sofrer.
Decepção de amigo dói. Mas talvez valha a pena o exercício da perda afetiva, se é que podemos dizer assim. Afinal, quando Deus fecha uma janela abre uma porta e é bom acreditar que seja assim, pois a vida é meio roda gigante: uma hora a gente está lá de cima vendo tudo, outras, lá embaixo sem poder sequer olhar para cima. A gente troca de casa, troca de celular, troca de carro, etc., pelos vários motivos inclusive porque venceu o prazo de validade. Nas relações, há amigos que têm prazo de validade determinado, mas a gente nem sempre alcança. Diferente de alguns outros verdadeiros amigos que a gente sabe que um dia o prazo de validade da vida terminará, mas Deus certamente nos prouver de uma “garantia estendida” como prêmio. Vamos pra frente que atrás sempre vem gente. A fila anda e “figurinha repetida não completa álbum”, com muito humor e crença na magia da vida.