Tempos que ficam.

Tô me ligando nas coisas que eu acho que são verdadeiras.Aquela pessoa que ti conquista com carinho das palavras, aquele som de uma música dos anos passados que voce lembra e que não acha brega, daqueles anos passados que a gente viveu e que hoje virou caretisse.

Ah, como eu tenho saudades! Dos tempos que eu sentava na calçada pra paquerar o menino que tinha se mudado há dias pra minha rua. E eu e minhas amigas ríamos, e ficávamos sem graça cada vez que ele chutava a bola pra perto de nós. Era engraçado como eramos ridículas. Aquele risinho besta de canto de boca. E aí ficava a disputa:Quem conquista eles?

Mais tarde voltávamos de banho tomado, perfumadas com aquela colônias da época e brincavámos do jogo fatal: Pêra, uva, maçã, salada mista.

Sempre se escolhia salada mista, mas nem sempre se dava bem.

E o passar de anel? E a brincadeira de queimada, e bandeirinha, e pique-esconde? Amarelinha a gente dava um jeitinho de se abaixar mais...rsrss

Tempos bons!!!!Será que as crianças de hoje ainda acham graça nisso? Acham nada.

Eu me lembro que a gente torcia pra faltar luz, só pra rua ficar completamente às escuras e a gente olhar as estrelas que, só elas, iluminavam a falta de energia.

Pegávamos romã nos pés, goiaba branca, goiaba vermelha..E falávamos: Veja se tem bicho. Bicho de goiaba.

Na minha casa, tinha uma parreira de uva e eu me lembro que eu sentava embaixo dela pra escrever.As uvas verdinhas, iam ficando maduras e a gente reunia as amigas pra comer.

Cachinhos pegos no pé..Gosto de vinho.

Que felicidade os aniversários. Guaraná em copinhos de papel...Docinhos que hoje são ultrapassados. Olho de sogra. E a gente ficava perguntando a festa toda : Por que se chamava olho de sogra.Ninguem nunca respondeu.Acho que era por que o olhinho era vivo.

E o cajuzinho? A a nossa vó peneirando o amendoim? A bala soft...

Que épocas boas! Que lembranças tivemos!

Hoje as crianças nem sempre conversam mais com seus pais. É a era do computador, amizades virtuais. O pai grita:Meu filho vem ver o jogo comigo. Ele responde: Pai, tô azarando uma mina.

A mãe diz: Filha, vem comer? Ela diz:Mãe vou pedir uma pizza.

Será que isso é pra se esquivar do convívio paterno e materno?

Eu penso que as crianças de hoje, só pensam em azarar, paquerar, ficar.

Que que elas levam nisso? Será que é por isso que as relações estão tão estragadas, casamento não dura?

Eu não sei.Só sei que eu guardo boas lembranças dos meus tempos. E meus heróis não morreram de overdose. National Kid, Jeannie é um Gênio, Batman, A familia monstro...e outros.

Eles continuam, no poder. Felizmente!

E eu só tenho a agradecer por ter subido em árvores, ralado o joelho, caido do balanço...e por fim ser feliz.

Quem não foi feliz se viveu numa época onde papai Noel trazia presentes, e a gente dizia que algodão-doce era um anjo.

Eu sou feliz.Não sei porquê tanto! Mas eu queria que fosse que nem nos filmes: To be continued.

Denise Lessa da Silveira
Enviado por Denise Lessa da Silveira em 03/09/2011
Código do texto: T3198824
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