Na feira
Na Feira
Vixe Maria!, Deus é mais!, Cruz credo o que é isso seu Nicola?, ficou doido foi? Como é que o aipim subiu assim?,
Foi a falta de chuva
Mesmo assim tá um roubo, me dá um mói, só pago a metade, eu hein!.
Minha nossa! o que é isso seu Mário?, quer ir preso é?
Por que?,
ora, ainda pergunta?, como é que o Sr. tem coragem de vender tomate desse preço?
Foi a falta de chuva, tá bom!, me dá dois quilos, hum, hum,. Cuidado! Moço, - o que foi Sra.?
O Sr. já imaginou se pisasse nessas mangas?, olha só o preço, o senhor ia ter que dar todo o dinheiro que trouxe para fazer a feira, - me dá aí umas cinco.
Eu não acredito!, será que vocês não enxergam isso não?, olha só o preço dessa melancia, gente! Tá tudo um absurdo,
Mas madame, foi a falta de chuva;
Vou levar uma só, que nada, assim ninguém agüenta. Mais adiante no tabuleiro de frutas, Valei-me meu Santo Antonio! Misericórdia, isso é um assalto a mão armada, o feirante, sem entender, pergunta:
O que foi Sra.?;
Ela furiosa, o Sr. ainda me pergunta o que foi???, esse seu tabuleiro está contrariando todas as regras de economia, olha o preços dessas frutas e verduras, é um verdadeiro assalto, vamos fazer um acordo, eu levo tudo pela metade do preço, já tá quase no final mesmo, o Sr. já vendeu bastante hoje, já viu né?;
O feirante disse tá bem, pode levar.
Depois de arrematar uma grande quantidade do que queria, lá se vai D. Marieta para sua barraquinha no bairro onde mora, expõe suas mercadorias cobrando o dobro do preço de tudo que tinha comprado;
Uma freguesa antiga - que é isso D. Marieta, as mangas estão caríssimas, isso é um roubo.
Ela responde, foi a falta de chuva minha comadre a falta de chuva.