Cachorros não falam

 


 

 

Durante pouco mais de duas semanas, enquanto houve obras aqui em casa, Pepê (minha golden irrequieta) ficou em retiro no canil. Havia tijolos, areia e pedrisco no jardim, se ela saracoteasse por ali seria um deus-nos-acuda. Além disso, não deixaria o pobre pedreiro fazer nada, pularia feito louca em cima dele, acho que seria capaz até de lamber a massa de cimento...

 

Bastou ganhar liberdade para arrancar umas plantinhas parecidas com lírios, carregadinhas de flores de colorido rosa salmão. Levou broncas, mas não sei se entendeu. Nos dias em que o jardineiro vem, ela também fica presa, senão ele não pode trabalhar. Os outros dois mais assentados, Koló (vira-lata) e Brown (labrador) circulam livremente, não costumam atrapalhar ninguém.

 

Pois bem, hoje o jardineiro esteve aqui e eu pedi que ele plantasse umas folhagens em dois canteiros que se encontravam detonados. Nossa, como mudaram! Fiquei contente em ver aquele verde no lugar em que há tempos só se via terra batida. Meia hora depois, o homem veio me chamar. Um dos canteiros estava em rebordosa! Ficamos encafifadíssimos. Pepê ainda estava presa!

 


 

Se cachorros falassem, poderíamos saber quem fez o estrago, talvez eles dissessem que foi ‘ela’, pondo a culpa na ‘mocinha’. Mas não falam. Enquanto isso, Koló e Brown nos rodeavam andando por ali com cara de cachorro que quebrou a panela...