Homens amadurecem antes que as mulheres
Dizem por aí – os entendidos do comportamento e do corpo humano – que as mulheres amadurecem antes que o homem. Mentira! Calúnia! Falácia! Aleivosia! Eticétera..! Os homens amadurecem antes que as mulheres, e vou lhes provar.
Até concordo que as gurias, ou garotas, meninas, miúdas, dependendo da sua região, essas sim, essas chegam à adolescência antes dos guris. Enquanto estamos na turva, confusa e pueril fase da pré-adolescência, brincando com nossos vídeo-games, correndo atrás de uma bola na beira da praia, batendo bafo, tomando coca-cola e fazendo campeonato de mijo à distância, elas já estão nas festinhas hypeadas, de micro-saia e salto-alto, identidade falsa, fumando um cigarrinho e fazendo coisas piores pelos banheiros da night... elas já são ligeiras, espertas, como diria a letra daquela literária música Chicas Malas, da banda argentina Turf: “Siempre fue mucho más lista / que las chicas de su edad / mientras todas estudiaban / ella se escapaba a trabajar”. Elas, enquanto éramos apenas bons no Mário Kart e no Supertrunfo, já eram muito mais “listas”, já tinham dado o passo à frente. E com aquele salto-alto!
Mas neste estágio, a mulher já está madura? Nãããããããuuuoo... Muito pelo contrário. A adolescência é o estado mais imaturo do ser humano. A mulher amadurece quando vira de fato mulher, mãe, dona de um lar, senhora de suas decisões, cumpridora das responsabilidades da vida. O homem chega neste estágio antes. Vira homem de fato antes. Homens amadurecem antes que as mulheres.
Quando a adolescência acaba, elas teimam em não querer deixar-la. Já estão nas faculdades, já estão no mercado de trabalho e seguem com os mesmo assuntinhos, os mesmos dramas, as mesmas fantasias adolescentes. Muitas entram nesse mundo novo com o pavor e a cautela que uma zebra caminha solita e desprotegida numa selva. Elas têm medo. Medo de errar, medo de não corresponder, medo de terem ou não se esforçado demais... acabam chorando na primeira patada que levam do chefe, do professor, do namorado, da vida. E daí? Caem do cavalo. E pra recolocar a cela, pra alçar a perna, retomar a montaria e seguir troteando... demora... bah, amigo, como demora!
O homem não. O homem fica aquela eterna criança por dentro. Muitos já estão velhos e fazendo campeonato de mijo à distância, mas entram de cara nessas situações. Entram pra ganhar. Querem ser os melhores, querem ser líderes, querem ser dominantes, querem ser... titulares!! E não há choppe ou churrasco que não cure instantaneamente uma mijada dum chefe! Não há solo distorcido de guitarra que não faça esquecer a patada dum professor! Não há cerveja de boteco e ombro amigo que não faça esquecer um “adeus” da namorada! O homem não cai do cavalo. Ele segura a rédea, peleia com o animal, empina, mas fica no lombo do cavalo. E ainda sai a galope, gritando “a la fresca”!
E neste mesmo espírito, desde a adolescência, guerreiro, vencedor, líder, mas de eterna criança grande, o homem segue homem, pai, dono da casa, senhor de suas decisões, cumpridor das responsabilidades da vida. Nem que seja no tranco, o homem segura as rédeas e segue maduro, desde lá, enquanto a mulher ainda está tentando ajustar a cela, amadurecer, mas já perdida e toda atrapalhada no complexo universo próprio que é a vida de cada ser humano.