Coisas que deveríamos escutar
Quando estava voltando da casa da minha namorada não pude deixar de cumprimentar um amigo meu que estava sentado na praça batendo papo, coisa rara porque nem da rua ele saia. Ele estava tentando convencer um amigo dele a ajudá-lo com as peças da sua bicicleta. Mas por incrível conhecidencia estava lá um bêbado, chamado Fred, que teimava em chamar minha atenção quando eu estava a conversar com meu amigo. Logo veio se levantando de maneira que quase era impossível ficar de pé. E vinha me contando uma história da sua vida relacionada ao papo do meu amigo. Acabou ganhando minha atenção quando tocou em meu braço direito de maneira emocionada ao falar:
(Quando eu tinha seis anos, estava louco por uma bicicleta que meu pai tinha ganhado de um amigo dele. Mas como eu era danado, meu pai tirou os dois pneus da bicicleta. Não sabia ele da minha inteligência. Fui à casa do meu vizinho ao lado pedindo para ele colocar os pneus de volta. Com a maior boa vontade ele colocou e eu sair de lá feliz como nunca houvera ficado. Saí passeando pela rua com um sorriso que tocava as orelhas e acabei descendo uma ladeira que teimava em me desafiar. Em velocidade tão rápida, que eu nem imaginava que chegaria a tanto, eu perdi o equilíbrio e adentrei num mato e caí, com bicicleta e tudo, num rio que ficava logo após uma casinha do lado da ladeira. Para o meu desespero, ninguém viu na hora que isso aconteceu e minhas chances de sair dali eram quase zero, eu nem sabia nadar. Engolia muita água, entrei em desespero e me agoniava ao pensar no que meu pai diria se eu fosse vê-lo ainda. Por sorte um homem que foi urinar no mato me viu quando eu levantava a mão já fraca e pulou para me tirar daquele sofrimento. Fui colocado no chão e apertado no peito, cuspindo muita água. Tratei-o como herói, após salvar eu e minha bicicleta. Agarrei no pé dele e pedi para ele me levar em casa, pois estava com muito medo de levar mais uma surra do meu pai.
Cheguei em casa todo molhado e meu pai muito ignorante, não deixou nem o homem contar a história. O meu herói foi embora um tanto feliz por salvar minha vida, um tanto triste por não ter conversado com meu pai. E eu, como sempre apronto comecei a levar uma surra daquelas, que você nunca esquece, mas aquela que queria fazer meu pai nunca esquecer... Quando ele me jogava de um lado a outro e me perguntava por que eu sorria e chorava ao mesmo tempo... Foi quando eu disse ao meu pai: “É pai, não estou chorando por pancadas que o senhor teima em repetir, mas sim por está vivo até agora, pois pra mim é um prêmio está agora recebendo esta surra. Pai, eu estou vivo... completei.” Consequentemente , meu pai parou de me bater.)
– Vem Rodrigo, não sei como tu tens paciência pra esse cara... Ele só fala besteira no ouvido da gente. – Disse meu amigo me chamando para ir embora.
Às vezes julgamos as pessoas pela aparência ou pela referência, mas o que importa é a maneira de se expressar. Quem diria que uma bela história estaria numa praça, vinda de um bêbado qualquer, que consequentimente ninguém daria atenção?
Quando estava voltando da casa da minha namorada não pude deixar de cumprimentar um amigo meu que estava sentado na praça batendo papo, coisa rara porque nem da rua ele saia. Ele estava tentando convencer um amigo dele a ajudá-lo com as peças da sua bicicleta. Mas por incrível conhecidencia estava lá um bêbado, chamado Fred, que teimava em chamar minha atenção quando eu estava a conversar com meu amigo. Logo veio se levantando de maneira que quase era impossível ficar de pé. E vinha me contando uma história da sua vida relacionada ao papo do meu amigo. Acabou ganhando minha atenção quando tocou em meu braço direito de maneira emocionada ao falar:
(Quando eu tinha seis anos, estava louco por uma bicicleta que meu pai tinha ganhado de um amigo dele. Mas como eu era danado, meu pai tirou os dois pneus da bicicleta. Não sabia ele da minha inteligência. Fui à casa do meu vizinho ao lado pedindo para ele colocar os pneus de volta. Com a maior boa vontade ele colocou e eu sair de lá feliz como nunca houvera ficado. Saí passeando pela rua com um sorriso que tocava as orelhas e acabei descendo uma ladeira que teimava em me desafiar. Em velocidade tão rápida, que eu nem imaginava que chegaria a tanto, eu perdi o equilíbrio e adentrei num mato e caí, com bicicleta e tudo, num rio que ficava logo após uma casinha do lado da ladeira. Para o meu desespero, ninguém viu na hora que isso aconteceu e minhas chances de sair dali eram quase zero, eu nem sabia nadar. Engolia muita água, entrei em desespero e me agoniava ao pensar no que meu pai diria se eu fosse vê-lo ainda. Por sorte um homem que foi urinar no mato me viu quando eu levantava a mão já fraca e pulou para me tirar daquele sofrimento. Fui colocado no chão e apertado no peito, cuspindo muita água. Tratei-o como herói, após salvar eu e minha bicicleta. Agarrei no pé dele e pedi para ele me levar em casa, pois estava com muito medo de levar mais uma surra do meu pai.
Cheguei em casa todo molhado e meu pai muito ignorante, não deixou nem o homem contar a história. O meu herói foi embora um tanto feliz por salvar minha vida, um tanto triste por não ter conversado com meu pai. E eu, como sempre apronto comecei a levar uma surra daquelas, que você nunca esquece, mas aquela que queria fazer meu pai nunca esquecer... Quando ele me jogava de um lado a outro e me perguntava por que eu sorria e chorava ao mesmo tempo... Foi quando eu disse ao meu pai: “É pai, não estou chorando por pancadas que o senhor teima em repetir, mas sim por está vivo até agora, pois pra mim é um prêmio está agora recebendo esta surra. Pai, eu estou vivo... completei.” Consequentemente , meu pai parou de me bater.)
– Vem Rodrigo, não sei como tu tens paciência pra esse cara... Ele só fala besteira no ouvido da gente. – Disse meu amigo me chamando para ir embora.
Às vezes julgamos as pessoas pela aparência ou pela referência, mas o que importa é a maneira de se expressar. Quem diria que uma bela história estaria numa praça, vinda de um bêbado qualquer, que consequentimente ninguém daria atenção?