Quem só passa por aqui, não sabe o que se passa aqui.

Eu mato mosquitos em minha cama, enquanto a chuva mata uma multidão lá fora. Eu convido o câncer para entrar em meus pulmões, mas a miséria invade as ruas da cidade de pedra. Pelas ondas cósmicas do caos, os ônibus conduzem a massa que leva a sobrevivência e deixa a vida. Histericamente a fome dança sobre um prato vazio, palco perfeito para devassidão econômica que se espalha pelos puteiros computadorizados ( nem toda a prostituição comercializa perna aberta)*, refrescantes como a brisa do mar. Eletronicamente nossas crianças passam pelas transformações virtuais, retendo o lodo das coisas que são noticiadas, brincando com o controle remoto do destino nas discussões banais sobre a vida de alguma imagem na tela. Sela. Selados como um envelope na própria limitação de nossas carteiras, mas o questionamento pode queimar o envelope com a revolta das idéias passadas, pode transformar uma vontade em faca, cortar as amarras ou umas gargantas e libertar os pensamentos para as coisas que estão por vir.

* Projota - Quanto