ROLINHA HAMBURGUESA
Uma rolinha, avezinha, daquela chamada hamburguesa, alegrou por alguns momentos esta manhã ensolarada.
Saira eu de uma visita ao dentista, de boca torta e os dentes incomodando. Porque quanto mais se mexe neles parece que a sensibilidade aumenta e leva, ainda, uma boa semana para tudo voltar ao normal.
Dá para perceber que eu não estava num dos meus melhores dias. O carro tinha ficado no sol, numa rua lateral, já que na clínica não havia mais vaga disponível no estacionamento.
Além disso, meu astral anda muito baixo. Esta época do ano não é propriamente a minha preferida. Lembranças, dores e saudades afetam meu dia-a-dia. Depois de tantas perdas ao longo do caminho é natural essa sensação de coração apertado e uma vontade de chorar, chorar, chorar... até não poder mais.
Entrei, pois, no carro e me dirigi para este lugar em que estou morando (ainda não o aceitei como minha casa). Enquanto aguardava uma mudança de sinal, vi, na calçada ao lado, uma rolinha saltitando pela calçada, pinicando o chão à procura de algum grãozinho que tivesse caído por ali, desavisado. Às vezes alçava um vôo ligeiro para logo descer e recomeçar sua procura. Depressa perdeu-se pelos pátios e jardins do Colégio Christus, onde meus filhos foram alunos exemplares, dali saindo direto para a faculdade.
Linda rolinha inocente, saltitando indiferente ao rumor que ecoava à tua volta. Pudesse eu, quem me dera, seguir assim pela vida, vivendo somente o presente, este momento o agora,
sem pensar no que passou ou naquilo que está para chegar. Ah! Com toda certeza seria muito mais fácil.
Helena Luna
15-dez-2006 - 11,30 h