A história de nós dois

Parece até água e vinho,

Mas não é.

Isso sou eu e você.

E nunca vou me esquecer

Como aconteceu.

Era inicio de uma primavera do ano de 2005, você como sempre distraído e eu por sua vez igual a você, porém atenta ao que me rodeava.

Não era ainda a minha vez de acordar, quando vi intensamente seu olhar

Como era quilo mesmo? Há sei era amor.

Enquanto as flores brotavam na grama e o sol era mais quente do que o normal,

Houve uma paralela conversa que duravam duas horas. Você falava sobre como era difícil ser tudo ao mesmo tempo, filho, responsável, cuidadoso, carinhoso, gentil, honesto...

E eu de como era difícil manter meus ideais, ser cristã, voltar à igreja, ser boa filha, seguir uma carreira promissora, viajar, ser boa irmã, não abandonar a caridade...

Éramos dois jovens com a vida nas mãos e uma coisa em comum, ideais.

Quando então houve o Momento do enfrentamento você dizia que eu o intimidava, já eu dizia que era diferente e misterioso.

As pessoas poderiam até me achar estranha pelo meu jeito tímido de ser, porém tinha gente que achava charmoso, inclusive alguém que estava do meu lado de olhos esverdeados de sorriso largo e cabelos pretos, que fazia duas horas que não saia de perto de mim.

Poderia ser loucura, mas estava nascendo algo diferente, sem prepotência alguma, mas diferente. A partir daí não nos desgrudávamos mais era um de mãos dadas com o outro, entrelaçados nas mãos, nos carinhos, e na atenção.

Você era tudo que eu mais queria, quando estava descobrindo a vida, o que queria seguir, como deveria fazer em o que poderia trabalhar que tipo de pessoa deveria ser.

Lembro-me de quando era o por do sol, seus olhos brilhando quando estávamos no barco passeando no lago, você sorrir e disse uma coisa que a partir dali nunca ia me esquecer.

Quando eu desabafei sobre meu pai disse: Jamais irei ser como ele pra você minha menina!

Isso encheu meus olhos de lagrimas e me fez ao mesmo tempo perdoar as mágoas do passado.

Sem mais pensar ainda tinha mais, quando tudo terminar e você se levantar correndo para fora do lago em direção à sua casa, veras o quanto eu te amo. Isso porque eu tinha dito que não acreditava na palavra eu te amo, vinda da boca pra fora sem provas. Tinha me dito que iria provar.

Vestiu-se com o mais lindo terno colocou a mais bela canção de Amado Batista, só pra me irritar, pois você sabia que eu não gostava com um buquê de flores e uma rosa na boca. Disse que se eu quiser esperaria por mim a vida toda, e que se for preciso largaria até o que não tinha por mim.

Isso você sabia que me comoveu, mesmo sabendo dos riscos que correria ao me apaixonar, em me casar. Éramos um casal perfeito e apaixonado construímos uma casa confortável eu como uma renomada e respeitada psicóloga e você um esperto arquiteto, não queríamos filhos por enquanto.

Foi quando no dia vinte e três de julho de 2008, houve uma surpresa com três anos de casados aconteceu uma gravidez.

Ficamos radiantes com essa noticia, flocos coloridos caiam do céu e tudo tinha sabor de mel. Quando tivemos nosso primeiro filho foi um entusiasmo total, o primeiro banho, a primeira troca e frauda, o primeiro espirro, a primeira cólica, o primeiro susto, as noites de sono...

Não poderíamos estar mais felizes, foi quando nosso filho completou um ano, veio a falta de entendimento as primeiras diferenças claras, os primeiro medos, as primeiras desilusões. Foram quase o inverno assim, todos os dias. Foi quando tomei coragem e disse que largaria tudo, pois já não tinha tantas forças assim, mais uma vez disse: Calma, eu sei que somos como água e vinho, mas poderíamos ser felizes assim mesmo, e nunca vou te abandonar!

Isso soou tão claro como respirar ter alguém se importava comigo desse jeito, com tanto carinho e respeito não tive duvidas que fosse realmente o homem da minha vida.

As crises estão ai, eu sei e isso faz parte do crescimento de um casal e o que mais desejo é envelhecer ao seu lado de mãos dadas comemorando com nossa família os anos de casados com o mesmo brilho no olhar de meus bisavôs, quando era pequena.

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