A probabilidade de se prever o futuro
Consideremos um fato hipotético, a probabilidade de se prever o futuro. Digamos que dois carros se desloquem, um do Rio outro de são Paulo, e alguém se arrisque a dizer que ambos se envolveriam num acidente, lá pela altura de Parati, pois se trata mais ou menos da metade do percurso. Só que o tal adivinho ainda coloca na cena do acidente um terceiro carro, que estivesse por força de lei, saindo de um balão para pegar a autoestrada.
Então vamos aos detalhes deste enigmático conto de singular bizarrice. Apostaria que talvez um dos carros furasse o pneu, ou mesmo capotasse, vítima de algum embriagado que dirigisse em alta velocidade, ou ainda talvez, quebrasse ou faltasse gasolina, sendo assim não poderia em hipótese alguma cruzar um com o outro no lugar previsto pelo lunático. Digamos ainda que um dos dois motoristas sofresse um ataque do coração, ou que um dos motoristas resolvesse tomar um banho de mar, em uma das belas praias quase desertas que margeiam a BR em questão.
Muitos outros acontecimentos poderiam evitar que o tal presságio ocorresse de fato. Para qualquer pessoa normal, digo, pessoa que não acredita em tais histórias da carochinha, qualquer um desses eventos, ora por mim sugerido seriam factíveis. Mas se persistirmos em avaliar o caso veremos que, prever o futuro é loucura, mas tentar controlar todas as forças envolvidas para que tal fenômeno aconteça, está fora definitivamente do que sabemos ser racional. Então deixemos que os deuses se arrisquem neste parecer, para nós humanos isto é o supra sumo da insanidade.