QUE PARAISO É ESSE QUE TEM SERPENTES?

 

Para

Radio Litoral AM

Imaruí - SC.

 

 

 

 

“Posso não concordar com o que dizes, mas lutarei até ao fim da minha vida para teres o direito de dizê-lo”.

                                       Voltaire.

 

Como diz o clichê, Imaruí seria um verdadeiro paraíso para se viver; a segurança é quase absoluta e a paz seria indizível se não houvesse as malditas serpentes.

A natureza é exuberante, o relevo é encantador, a lagoa é um convite à interiorização, enfim têm todas as características para ser um paraíso.

Mas que paraíso é esse meu Deus que tem serpentes?

Ah, como tem!

E como é difícil a gente viver entre elas sem ser molestado ou mordido.

A serpente é um arquétipo (uma imagem gravada no inconsciente) que Deus imprimiu, principalmente no inconsciente das mulheres, mas também tenho constatado que existem homens que são verdadeiras víboras.

A serpente anda sempre rastejando e bisbilhotando a vida alheia, pronta para dar o bote, tem-se de tomar cuidado com ela, porque o seu ardil é sempre estar de tocaia.

Ela é astuta.

A práxis de vida é a mais desprezível que se conhece, pois estamos tratando de pessoas que não têm princípios ou como se diz popularmente que não tiveram berço.

Ou melhor, não é falta de instrução é falta de educação mesmo, por isso se diz que não tiveram berço, e se algum dia houve esse tal de berço deve ter sido um ninho de cobras.

No nosso paraíso têm serpentes que vivem brandindo a cauda, mas não é aquele guizo no final do corpo, é muito pior; é a língua, onde ela destila o veneno para infernizar a vida alheia.

Tem umas que chegam a criar uma saliva nos dois cantos da boca de tanto chacoalhar a língua: é o veneno destilado.

A língua bem como a sua maledicência fere mais do que todas as espadas, pois a espada fere tão somente a carne, mas a língua fere a alma e escandaliza os inocentes.

A linguagem é uma fonte de desentendimento quando não é bem empregada, porque as serpentes só falam daquilo que os seus corações estão cheios: de maledicência e recalques.

Geralmente essas serpentes são pessoas invejosas, mal resolvidas, complexadas, mal amadas, e assim, carregam consigo para o resto da vida esse maldito complexo terrível da inferioridade e o arquétipo da serpente.

Quem estudou ou pelo menos leu Jung, o pai da psicanálise depois de Freud, sabe perfeitamente do que estou falando.

Jung chamava para esse componente impresso no inconsciente das pessoas e com mais evidência nas mulheres de: a “Sombra”.

Sombra é vamos dizer assim, é aquela personalidade tortuosa e deficiente que todas as pessoas têm, e por não gostarem de ser assim, projetam nas outras pessoas por pura maldade.

Por isso, eu acho que essas pessoas têm na verdade é uma serpente, cuja peçonha é destilada em cima dos outros, por inveja e com toda a malícia e maldade possível.

“Ó víboras, até quando estarei no meio de vós”, vocês sabem perfeitamente quem disse isso um dia, pois tomem cuidado, tudo isso lhes será cobrado.

Se já não está sendo cobrado, não é?

No princípio Adão e Eva foram tentados por uma serpente, e essa víbora se multiplicou com tamanha fecundidade que hoje temos de tomar muitos cuidados com ela.

Em cada esquina, em cada portão, em cada janela, sempre há uma serpente cuidando da vida alheia, elas se postam sempre em lugares estratégicos, iguais àquelas câmeras das grandes lojas, só que o aviso escrito é o seguinte: “Cuidado, você está sendo vigiado por uma serpente, não sorria”.

Se vocês querem saber como descobrir ou conhecer uma serpente, é só olhar nos olhos dela, pois ela geralmente tem os olhos não sossegados.

A serpente (essa cobrinha) está sempre buscando algo ou alguém para atacar, e depois maldizer com a sua língua encardida de veneno.

As serpentes sabem de tudo, eu tenho a impressão que elas têm ultravioleta e RX nos olhos, pois enxergam à noite e atravessam paredes, bisbilhotando a intimidade das pessoas.

O ócio somado ao baixo grau de instrução, acrescido da maldade endêmica proveniente do arquétipo da “Sombra”, transforma esse tipo de gente numa escória da sociedade, na verdade um esbulho humano.

Esse tipo de gente, tanto mulher como homem, é a expressão máxima da hipocrisia, como disse Jesus: “verdadeiros sepulcros caiados, cheios de podridão por dentro”.

A alma desse tipo de serpente não conhece o que é bondade, tolerância, caridade, ela apenas destila aquilo que contem ou com o que está totalmente banhada, isto é, com o fel amargo da famigerada hipocrisia.

Esse tipo de gente que possui a negritude em suas almas, chega a fazer mal quando da gente se aproxima.

E isso é perfeitamente explicável, pois esse tipo de gente está carregado negativamente ou, melhor dizendo, têm uma energia que vibra numa freqüência muito baixa, dizem os especialistas da área, tratar-se de uma freqüência destruidora.

Essa freqüência destruidora ou desestabilizadora é o famoso “olhado”, muito conhecido popularmente, isso não é crendice não, é pura ciência, estamos falando da psicocinesia.

Assim como existe energia estabilizadora ou reconfortadora, também existe energia exatamente ao contrário.

Essas serpentes possuem essa energia e usam dela para, sem escrúpulos e sem a mínima decência, jogar as pessoas na lama das sarjetas da vida.

Para encerrar essa mini-crônica, diz um ditado popular, se bem que bastante hilário, mas muito verdadeiro que é o seguinte: “Tem gente tão má que se jogar água benta... a água ferve!”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 15/12/2006
Reeditado em 07/01/2010
Código do texto: T319132