O DOM É GRATUITO, MAS A VOCAÇÃO TEM UM PREÇO.
Quando vejo um entusiasta ingressante na carreira do magistério, conscientizo-me de que vocação é o fórum íntimo onde se guarda um dom gratuito. Mas também reflito o paradoxo de uma afirmativa: a gratuidade tem um preço. Aos professores especialmente. Gratuidade do dom; é desta que falo. Custa-lhes uma soma irreparável de perdas a escolha vocacional que, ao longo da carreira, quase supera o que só o ofício de um professor torna gratificante. O reencontro de um mestre com o ex discípulo traz emoções e sabores em rápidos lampejos de recordações, sadios interesses, realizações e curiosidades, evidências comemorativas. Isto é quase único, de tão próximo e inesquecível que também o é. Este é o lado bom, ou melhor, o bom preço da gratuidade do dom com o qual alguém opta por uma carreira e, no caso do magistério, diz-se “um sacerdócio” para os que nela entram por vocação.
O preço ruim, com saldo e troco incontáveis, não vem só com o salário. A conta maior e impagável se opera na multiplicação da violência, na divisão de classes, na diminuição do conhecimento, na soma do crime. Sim, o crime, fato social do qual resulta todo o desordenado sistema educacional e por consequência o desequilíbrio social onde a impunidade impera. A escola, por mais que tente representar o seu papel, já não é o centro formador. Tornou-se um espaço de múltiplas temeridades, tanto para alunos como para professores. A pedagogia e a psicologia modernas põem barreiras impossibilitando os limites tanto quanto as liberdades que ambas defendem. Tudo pode o aluno, o pai do aluno. Tudo sofre o professor, nas mãos destes e de uma “gestão democrática”, que está mais para a politicagem do que para educação.
O quadro, literalmente, é negro. Nele pouco se escreve as palavras esperança e paz. O pó de giz embaça a visão crítica de muitos. Tira-lhes o ânimo, irrita-lhes os nervos e calos lhes põem nas cordas vocais. Aluno não presta atenção nem ouve o professor. Aluno xinga, desacata, bate, lesiona, mata professores. Pratica bullying. Pais de alunos igualmente invadem escolas, espancam diretores e os ameaçam. E os alunos entre si se debatem, tornam-se agredidos e agressores em meio a um despropósito que os põe na escola do crime. A mesma escola onde pais, professores e alunos pensam haver educação.
Quando vejo um entusiasta ingressante na carreira do magistério, conscientizo-me de que vocação é o fórum íntimo onde se guarda um dom gratuito. Mas também reflito o paradoxo de uma afirmativa: a gratuidade tem um preço. Aos professores especialmente. Gratuidade do dom; é desta que falo. Custa-lhes uma soma irreparável de perdas a escolha vocacional que, ao longo da carreira, quase supera o que só o ofício de um professor torna gratificante. O reencontro de um mestre com o ex discípulo traz emoções e sabores em rápidos lampejos de recordações, sadios interesses, realizações e curiosidades, evidências comemorativas. Isto é quase único, de tão próximo e inesquecível que também o é. Este é o lado bom, ou melhor, o bom preço da gratuidade do dom com o qual alguém opta por uma carreira e, no caso do magistério, diz-se “um sacerdócio” para os que nela entram por vocação.
O preço ruim, com saldo e troco incontáveis, não vem só com o salário. A conta maior e impagável se opera na multiplicação da violência, na divisão de classes, na diminuição do conhecimento, na soma do crime. Sim, o crime, fato social do qual resulta todo o desordenado sistema educacional e por consequência o desequilíbrio social onde a impunidade impera. A escola, por mais que tente representar o seu papel, já não é o centro formador. Tornou-se um espaço de múltiplas temeridades, tanto para alunos como para professores. A pedagogia e a psicologia modernas põem barreiras impossibilitando os limites tanto quanto as liberdades que ambas defendem. Tudo pode o aluno, o pai do aluno. Tudo sofre o professor, nas mãos destes e de uma “gestão democrática”, que está mais para a politicagem do que para educação.
O quadro, literalmente, é negro. Nele pouco se escreve as palavras esperança e paz. O pó de giz embaça a visão crítica de muitos. Tira-lhes o ânimo, irrita-lhes os nervos e calos lhes põem nas cordas vocais. Aluno não presta atenção nem ouve o professor. Aluno xinga, desacata, bate, lesiona, mata professores. Pratica bullying. Pais de alunos igualmente invadem escolas, espancam diretores e os ameaçam. E os alunos entre si se debatem, tornam-se agredidos e agressores em meio a um despropósito que os põe na escola do crime. A mesma escola onde pais, professores e alunos pensam haver educação.