SOMOS INSUBSTITUÍVEIS?

Fala-se com frequência o adágio popularesco: “de insubstituíveis o cemitério está cheio”.

Uma heresia popular e de péssimo gosto. Todos são insubstituíveis por um simples motivo, ninguém é igual; em nada. Cada um carrega sua história, boa ou má. Triste ou alegre. Lamentável ou aplaudida.

Guardado o comum dos homens, mesmo de memória sem gravação célebre, ainda assim os comuns são também insubstituíveis, tiveram sua história própria. Esse espaço preenchido por essa história, pequena ou não, útil ou aparentemente inútil para a sociedade, tem significado e mensagem para um determinado universo, e essa marca inexistirá igual, existirão semelhantes.

Ainda que nefastas as jornadas, serão insubstituíveis, carregam o peso de sombras e do exemplo, insubstituível, de como não devemos nos conduzir. O mau exemplo, o péssimo caráter, o sem olhos do coração, aquele que não socorre, que não provê quem dele necessita, o egoísta, o avarento, o lado negro da vida humana.

Outros virão cursar o mesmo caminho escuro, mas os que já o trilharam em viciadas posturas são insubstituíveis, já caminharam esse caminho e deixaram seu registro.

Mesmo na virtualidade, no romanceado da ficção, no bíblico ou não, os personagens são insubstituíveis. Como em inveja e traição, quem substituiria Caim e Judas?

Mas para citar personagens de outro plano, de extrema influência e humanismo, onde a afirmação alcança a extravagância e o absurdo, declinamos alguns nomes: João XXIII, João Paulo II, Leão XIII, papas sobreexcelentes; Gandhi, Luther King; pacifistas, Sidarta Gautama, o Buda, concentração de compreensão e humanidade; Rousseau, pai das verdades iluministas, e figuras dessa projeção.

Outras surgiram e surgirão, de valor e quilate gigantes, mas outras, não e nunca iguais, ou substituindo, são novas, não vieram substituir, mas continuar a história.

Somos insubstituíveis, todos nós e por todos os motivos.

Perguntem a filhos e netos se são substituíveis. Essa é a regra, existem exceções, claro.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/08/2011
Reeditado em 30/08/2011
Código do texto: T3189328
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