Uma esperança devolvida ao empréstimo do nada

Se ele só queria ser notado... Só queria aparecer...
Queria dizer a todos que foi alguém na vida...
Não precisava de uma estátua na rua,
Apenas o orgulho que sua mãe teria... Dizendo...
(É... Aquele foi meu filho, grande filho.)
Se for com lápis ou tintas que escreveram histórias,
Com sangue ficou a dele... (Uma esperança devolvida ao empréstimo do nada.)
Se houvesse tempo para falar as últimas palavras, diria:
Não chorem, só lembrem que tudo que eu fiz foi pensando em nós.
Minha sabedoria não veio de livros, mas de tapas da vida que me jogaram longe...
Se com lágrimas eu pensei ser abandonado aqui sozinho, com elas eu agradeço... Aprendi que a única coisa que me abandonou foi eu mesmo. Mas o que importa são vocês aqui para me guardarem e não me deixar ser apenas mais uma tinta nos jornais
Uma multidão ao meu redor para ver o mais uma missão cumprida... (Uma esperança devolvida ao empréstimo do nada).
Se nas lembranças eu ficar, espero que sejam as boas... Pois fui apenas mais um escravo da vida... Que me acorrentei a uma ideologia oculta.
Queria que não me olhassem como uma desculpa, mas com uma glória... Não queria ser apenas uma peça de teatro, mas o vivenciado na vida.
Agora eu posso pisar num lugar fixo, não há nem mau nem bem para me confundir... Só a perfeição sem destino... Fiquem calmos, não morri, apenas renasci pra mim mesmo... Minha morte se tornou a maior lição de vida... Aprendemos a reconhecer todos os momentos que vivemos até aquele último intervalo de segundos.
Eu não queria viver cem anos, nunca desejei isso... Queria apenas vivenciar os segundos que eternizassem em mim. Fui em paz... Espero ter deixado em paz... (Uma esperança devolvida ao empréstimo do nada).
RD Souza
Enviado por RD Souza em 28/08/2011
Reeditado em 03/09/2011
Código do texto: T3187446
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