::: Mania de Poeta ::::
Enxergo através do céu, um pouco de um mundo distante. O ônibus vai devagar e o horizonte delineia, de ponta a ponta, um pôr-do-sol incomparável. O céu se tinge de cores sem fim e essa música? E esse barulho que não cessa? Eu só preciso de um pouco de silêncio, ou melhor, necessito de silêncio absoluto. Ah! O silêncio diz tanto e ninguém consegue escutar, porque falam demais. Porque temos tanta necessidade de falar, de nos mostrar, de gritar: "Ei! Eu estou aqui, você não está me vendo?". Sim, é claro que estou te vendo, mas sinceramente prefiro olhar com mais poesia, observar os detalhes, delinear as feições, encontrar beleza nas expressões. Não é preciso gritar para que eu possa ver. Eu sei, é essa doce mania de poeta, mania de inventar poesia pra tudo, mas o tudo já é uma eterna poesia. Desculpe-me mais é impossível eu olhar para um céu daqueles e não escrever. Difícil demais escutar uma música e não inventar uma história de amor.
O ônibus ainda vai devagar e eu continuo pensando, rimando, inventando, essa minha mania de ficar conjugando o verbo: amar!