Pegava na viola...

Meu pai pegava na viola

Tocava e cantava com sentimento

Rimas que vinha na sua cachola

Agosto pra ele era mês de sofrimento.

Por capricho do destino

Nasceu e faleceu no mês de agosto

Pra mim isso foi um desatino

Ele viajar antes do tempo que desgosto.

Nasceu na cidade de Ibitinga

Andou pelo interior do nosso estado

Quando fumava usava seu velho binga

Cigarro lhe fazia mal acabou ficando adoentado.

Foi um tabagista inveterado

Não sabia como se livrar

E vivia sempre envenenado

Fumando tantos cigarros veio a crise pulmonar.

Mas falando de viola

Muitas histórias ele cantava

Comentou sobre a cunhada Diola

Que pra São Paulo logo mudava.

Oliveira e Tangerino

Embarcam na estação

São Paulo o nosso destino

Mas Porto Ferreira sempre foi minha paixão.

Porto Ferreira que saudades

De ir pescar no rio Mogi Guassu

Conseguia peixes sem dificuldades

Todos pegos com vara de bambu.

Contava histórias do “Dioguinho”

Que andou por Porto Ferreira

Depois solava musicas do “Zé Carreiro e Carreirinho”

Finalizava com a história da Maria Massola de Oliveira.

A prima Ana Reducino

Pegou-me no colo pela primeira vez

E comentou sobre Jose Tangerino

Disse que nasci em mil novecentos e quarenta e seis.

Quantas gerações tornaram-se vultos

É o destino de todos os seres humanos

Não importando se freqüentam cultos

Vou enviar essa prosopopéia para os manos.

Meu pai onde o senhor estiver

Digo-lhe com toda sinceridade

Voltarei pra minha terra haja ou que houver

Porto Ferreira é a minha cidade.

Por hoje vou encerrando

Chegou o fim de semana

Com meu irmão vou falando

Pra evitar cãimbras vou saborear uma banana.

Tangerynus
Enviado por Tangerynus em 28/08/2011
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