Escrever é um encontro com a vida!
Penso que; a escrita deve ser um encontro com a vida!
Clarice Lispector escreveu: “Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento.”
Sábias palavras de nossa Clarice. E para conhecer palavras antes de tudo é preciso ser leitor. E, no ritmo da leitura, ela, a palavra vai surgindo. E vão chegando uma atrás da outra. Enfileiradas; como os vagões de um trem. O parágrafo é a locomotiva e com força leva as palavras em oração. O sentido de cada uma pode mudar a cada leitura. Nada é imutável no sentido pleno das palavras em oração. O que o escritor escreve não precisa ficar estático no seu pensar. O leitor pode transfigurar o texto a cada nova leitura. Descobrir nos meandros das palavras algo escondido que não tenha visto da outra vez que por ali passou os olhos. Escrever é perceber toda essa conspiração feita pelo leitor, para isto, identificar-se com as palavras é a fonte da sua inspiração e da sua escrita.
A palavra nem sempre é boazinha! Ela pode vir forte, marcar o papel com suor e lágrima! O escritor envolvido com o seu mundo precisa da palavra para gritar as suas iniquidades. Desta forma a sua escrita marca no tempo, e, na história, as verdades do agora! A palavra pode falar do amor, mas não este amor piegas cantado e decantado por quem usa a palavra para camuflar os infortúnios da humanidade! Ela precisa antes de tudo sair da consciência plena do escritor. Ele, que busca nas suas leituras, o conhecimento para envolver-se cada vez mais com a sabedoria grudada, ou melhor, encapsulada em cada palavra! O escritor precisa da palavra para poder mostrar os sentimentos e valores encarcerados no seu inconsciente para a sua escrita ser plena!