Amor que nunca morre

Minha avó paterna visitou-me em um sonho. Ai, Deus... sinto tanta falta d'aqueles cabelos lisinhos e tão brancos...!

Casa de avó tem cheiro de café. Tem cheiro de banana frita e cheiro de plástico de brinquedo – aqueles brinquedos só brincados nos finais de semana e que acabam concentrando o cheiro gostoso e artificial de plástico. Casa de avó tem é cheiro de infância: cheiro de banhos que encharcavam o banheiro, de esconderijo atrás do sofá, de correria no corredor.

Quisera ter avó para sempre. Infelizmente não as tenho comigo. Elas se foram.

Quem dera essas pessoas tão doces não tivessem tantos cabelos brancos, dando a entender que, por ali, muito tempo já se passou. E que assim, um dia, terão que dar espaço a outros cabelos negros, que ainda hão de embranquecer.

Como os meus, por exemplo.

Cris Souza Pereira
Enviado por Cris Souza Pereira em 27/08/2011
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