Templo Sagrado
Já fui em diversos lugares, mas nada se compara a aquele que vou junto com o meu pai.
O culto é á tarde, mas os preparativos começam logo pela manhã onde nós envergamos a batina rubro-negra para a nossa concentração de fé e oramos aos deuses por uma vitória sobre os arautos de outros templos espalhados pelo estado e pelo país.
Depois do almoço, fomos para o nosso templo sagrado chamado Bento Freitas.
Lá tem todos os tipos de fiéis desde os fleumáticos até os humildes e também os mais fanáticos que vão á frente do local louvar nossos guerreiros e como em todo lugar sacro, tem também a hóstia, nesse caso, representada por amendoins e balas de goma.
Sentamos nos nossos lugares mantidos pelos dízimos do mês e assistimos a chegada do padre e de seus coroinhas aos jardins, homenageando-os com cantos a bendita mãe de cada um.
Quando nossos heróis entram em campo, as preces aumentam e o público vai ao êxtase os endeusando e ao mesmo tempo, demonizando os fiéis e combatentes do santuário adversário.
A missa começa e a cantoria ressoa cada vez mais. Alguns mais exaltados criticam ferozmente nosso sacerdote por não concordar com a maneira de conduzir os seus discípulos ao objetivo maior.
Quando a glória acontece, todos comemoram com júbilo a graça obtida pelos senhores da bola.
A reza acaba e os seguidores agradecem pela vitória obtida. Nem sempre isso acontece e por vezes saem frustrados ou com os erros do padre ou com a má conduta do sacerdote.
Aguardo os dias para mais um encontro com o deus do futebol, esporte esse que é minha religião dos sábados e domingos.