Templo Sagrado

Já fui em diversos lugares, mas nada se compara a aquele que vou junto com o meu pai.

O culto é á tarde, mas os preparativos começam logo pela manhã onde nós envergamos a batina rubro-negra para a nossa concentração de fé e oramos aos deuses por uma vitória sobre os arautos de outros templos espalhados pelo estado e pelo país.

Depois do almoço, fomos para o nosso templo sagrado chamado Bento Freitas.

Lá tem todos os tipos de fiéis desde os fleumáticos até os humildes e também os mais fanáticos que vão á frente do local louvar nossos guerreiros e como em todo lugar sacro, tem também a hóstia, nesse caso, representada por amendoins e balas de goma.

Sentamos nos nossos lugares mantidos pelos dízimos do mês e assistimos a chegada do padre e de seus coroinhas aos jardins, homenageando-os com cantos a bendita mãe de cada um.

Quando nossos heróis entram em campo, as preces aumentam e o público vai ao êxtase os endeusando e ao mesmo tempo, demonizando os fiéis e combatentes do santuário adversário.

A missa começa e a cantoria ressoa cada vez mais. Alguns mais exaltados criticam ferozmente nosso sacerdote por não concordar com a maneira de conduzir os seus discípulos ao objetivo maior.

Quando a glória acontece, todos comemoram com júbilo a graça obtida pelos senhores da bola.

A reza acaba e os seguidores agradecem pela vitória obtida. Nem sempre isso acontece e por vezes saem frustrados ou com os erros do padre ou com a má conduta do sacerdote.

Aguardo os dias para mais um encontro com o deus do futebol, esporte esse que é minha religião dos sábados e domingos.

MarioGayer
Enviado por MarioGayer em 26/08/2011
Código do texto: T3184316
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